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São Paulo migrante: discursos, imaginários e reconfiguração da cultura urbana

Tese premiada discute fenômeno na capital paulista e questiona rótulo de ‘cidade da diversidade’

 

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Um novo movimento migratório em direção a São Paulo, iniciado nas décadas mais recentes, tem alterado intensamente a cultura urbana. Representam esse fluxo pessoas vindas, principalmente, do sul global, de países como Haiti, Bolívia, Venezuela, Cabo Verde, Congo, Peru e Moçambique.  As migrações contemporâneas, denominação dada a esse fenômeno, foram o foco da tese São Paulo, cidade da “diversidade” e do “acolhimento”? Representações das migrações contemporâneas, polifonias urbanas e fábrica dos imaginários territoriais, da pesquisadora Laure Guillot.

desenho do contorno de um mapa da América do Sul, tendo o sul no topo da página com a inscrição Polo S e o norte na parte baixa. Cortam o mapa duas linhas, sendo que a de baixo tem a indicação Equador, em espanhol, e a de cima números indicando coordenadas geográficas. Em torno do mapa há desenhos em traços simples. Na porção superior, o sol, um barco a velas sobre a linha, pontos em forma de X e meia lua. Na porção central, à direita, um peixe e ondas.
América Invertida, de Joaquín Torres García, artista e professor uruguaio. Imagem: reprodução/ Wikimedia Commons.

​O estudo identificou discursos circulantes que constroem as percepções sobre as migrações contemporâneas em São Paulo, transformações na cultura paulistana e como se manifestam as discriminações racistas e xenofóbicas, a partir de entrevistas e análise de produtos audiovisuais institucionais e da grande mídia.

A pesquisa foi desenvolvida em cotutela entre a ECA e a Universidade Lumière Lyon 2, na França, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação (PPGCI) e da Équipe de recherche de Lyon en sciences de l'information et de la communication (Elico). No Brasil, a orientação foi da professora Lucia Maciel Barbosa, do Departamento de Informação e Cultura (CBD), e, na França, da professora Marie Després-Lonnet.

A tese foi premiada por uma associação internacional, que destacou o trabalho de Laure por suas metodologias em pesquisas interculturais.


Aproximações com a cultura brasileira: uma pesquisadora estrangeira estudando São Paulo

Foto de uma mulher sorrindo,  segurando uma garrafa plástica com uma das mãos sobre a tampa. Ela é branca, tem cabelos longos, ondulados e castanho-avermelhados. Ela usa óculos de armação redonda e incolor, um brinco grande e um anel com uma pedra preta. Veste uma camisa de tom terroso e o ambiente tem uma parede clara.

Laure Guillot. Foto: acervo pessoal/ Laure Guillot.

Laure é francesa e seus contatos iniciais com a cultura brasileira se deram através de sua mãe, professora de Língua Portuguesa. Foi como ela conheceu músicas de artistas brasileiros e, quando jovem, visitou países falantes de português, inclusive o Brasil. “Eu gosto muito de música e, no Brasil,  existe uma riqueza cultural que se manifesta com muita força na música. Eu achei uma variedade imensa, que nunca acaba (...) Minha mãe sempre escutou Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tribalistas… Muitos artistas brasileiros”, a pesquisadora comenta.

Laure morou em diferentes momentos no Brasil para realizar intercâmbios estudantis, passando por Aracaju, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Quando fez intercâmbio de mestrado no Rio, onde morou na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, ela se surpreendeu ao perceber outras pessoas estrangeiras residentes na cidade, principalmente, de Angola e da China. Isso despertou nela a lembrança de imaginários midiáticos estereotipados sobre as migrações para os Estados Unidos e a Europa:

 

"A gente sempre tem os discursos sobre a Europa, a América do Norte. […] Que as pessoas vão até lá, atravessam o mar, atravessam a fronteira com o México e os Estados Unidos. A gente nunca tem os discursos sobre as pessoas que vão de um país do Sul para outro país do Sul.”

Laure Guillot, pesquisadora

 

Foto antiga, em preto e branco, de duas mulheres e dois homens abraçados, olhando para cima e sorrindo. Da esquerda para a direita, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil jovens. Gal,  Bethânia e Caetano têm a pele clara e longos cabelos escuros e armados. Caetano usa colares. Gil é preto, tem cabelos escuros, crespos e curtos e está de perfil.
A pesquisadora diz reconhecer a música como um distintivo forte da cultura brasileira. Foto de Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Foto: reprodução/ letras.mus.

Passada a experiência no Rio e com questões sobre a migração no sul global em mente, Laure voltou mais uma vez como intercambista ao Brasil no ano de 2019, vinculada à Université Lumière Lyon 2. Ela conta que, a partir de pesquisas na internet, tomou conhecimento da professora Lucia Maciel, que, entre seus temas de pesquisa, se dedica ao estudo de culturas migratórias do mundo. Assim, teve início o projeto para o doutorado em cotutela entre as duas universidades.

Outro ponto de identificação da pesquisadora com o tema das migrações vem de uma experiência de família. Ela conta que seus bisavós socialistas fugiram da Itália fascista para a vila Trinitè Victor, na França, mesmo lugar em que ela acabou se instalando para escrever sua tese durante a pandemia.

Ainda que a pesquisadora tenha se visto como uma pessoa migrante que viveu no Brasil, ela percebeu que suas questões eram diferentes das de estrangeiros negros ou andinos no país.  “É importante pensar no meu posicionamento como pesquisadora. Uma pessoa branca, europeia, fazendo uma pesquisa sobre populações migrantes de São Paulo. Eu não tenho as mesmas preocupações das pessoas com quem fiz entrevistas, as mesmas experiências,” conclui.

 

A busca por culturas, saberes e discursos não-europeus

 

“Realizar um trabalho de tese também é confrontar-se com a própria história e com o próprio olhar.”

Laure Guillot, pesquisadora

 

Antes de conhecer o Brasil, Laure afirma que carregava consigo alguns estereótipos sobre o país formados pela cobertura da mídia francesa, que destacavam o futebol e a violência associada ao tráfico de drogas. A partir de seus intercâmbios, ela pôde refletir sobre essas visões que carregava. Sobre São Paulo, por exemplo, ela percebeu uma cultura marcada por um estilo de vida urbano, mas que convive com quebras, como o bairro de Perus, com bastante vegetação preservada, assim como o Jaraguá, que possui uma grande população indígena. 

Foto de uma área com muitos prédios com uma ponte percorredo a parte baixa deles em um dia nublado. O prédio em destaque na foto tem um mural pintado em sua lateral, com a ilustração de um rosto e busto formado totalmente por entrelaçamentos de ruas e prédios com cor predominantemente cinza. O fundo da obra tem gradações de azul. Algumas pessoas caminham na ponte.
Homem Urbano, do artista argentino TEC, no Minhocão. Imagem: reprodução/ Choque Cultural.

Pela sua experiência como moradora de São Paulo, próxima ao Minhocão, a pesquisadora confirmou a imagem que tinha de uma cidade de concreto, "mas, também, tem vários mundos em São Paulo, então, de bairro a bairro, você tem vivências diferentes. Foram muitas descobertas."

Enquanto esteve no Brasil fazendo o doutorado, ela diz ter achado curioso como os estudos brasileiros são influenciados pela produção de conhecimento francesa, com recorrência de nomes como Pierre Bordieu e Michel Foucault. “Eu tinha muita vontade de me afastar dessas teorias europeias, ter uma visão decolonial, de me afastar do eurocentrismo. Usar textos da América Latina no Brasil, textos de autores africanos para países da África. É outra visão, outras perspectivas, outros métodos”, explica.

Um dos conceitos chave do seu trabalho é o de hibridação, utilizado em estudos culturais e emprestado do antropólogo argentino Néstor García Canclini. O conceito se refere a culturas diferentes entre si que, ao interagirem, criam novas práticas e significados. Uma das intenções da autora foi colaborar com o enriquecimento do conceito e, segundo ela, São Paulo é favorável para isso, por ter uma população muito diversa.

 

Imersões no território físico e midiático: a pesquisa na pandemia e com um governo de extrema direita

Para realizar sua pesquisa, Laure escolheu analisar produtos audiovisuais de entidades que trabalham com a questão da migração, como o coletivo Visto Permanente, materiais de serviços da prefeitura e episódios da telenovela Órfãos da Terra, exibida na Rede Globo em 2019. Laure também fez visitas ao Museu da Imigração do Estado de São Paulo pouco antes da pandemia, onde viu exposições, conheceu funcionários e pessoas imigrantes.

O Museu mostrou-se uma das principais instituições que constrói o discurso sobre a temática, segundo a pesquisadora, reunindo fatos históricos e representações atuais, além de realizar diversos eventos, como a Festa do Imigrante, com culinária, dança, música e artesanato de países do mundo todo.

A pesquisadora entrevistou pessoas que migraram de países como Bolívia, Argentina, Colômbia, Guiné-Bissau, Haiti e Cabo Verde, além de trabalhadores do Museu da Imigração, da prefeitura e de coletivos que acolhem demandas de pessoas migrantes.

Foto de seis pessoas indígenas com roupas vermelhas e douradas, bordadas com lantejoulas, sorrindo. Em destaque estão três mulheres. Elas usam batom vermelho e chapéus pretos com detalhes em vermelho e dourado. Atrás delas, três homens menos evidentes na foto, o céu claro e árvores.
26ª Festa do Imigrante, no Museu da Imigração de São Paulo. Foto: reprodução/ Museu da Imigração.

O plano de Laure era passar o ano de 2020 frequentando a USP, mas, com a pandemia, ela se viu forçada a voltar para a França, tendo que concluir suas pesquisas de forma remota, o que incluía boa parte das entrevistas. Como muitas pessoas passavam por dificuldades, ela relata ter sido delicado realizar as entrevistas nessa situação. Além disso, em decorrência da pandemia, a Festa do Imigrante naquele ano foi suspensa, então, ela assistiu aos vídeos disponíveis de festas anteriores, percebendo ser um evento bastante focado na gastronomia.

Além dos problemas decorrentes da pandemia, a pesquisadora menciona a ascensão da extrema direita ao poder em 2020 como um momento problemático, já que discursos de ódio contra imigrantes foram mais encorajados por políticos. Nesse período, coletivos e instituições, como o Museu da Imigração, relataram ter reduzido suas atividades na internet devido à quantidade de comentários racistas e xenofóbicos.

Nesse contexto, muitas pessoas imigrantes, por medo, optaram por retornar a seus países de origem, enquanto outras permaneceram no Brasil em situação de vulnerabilidade, dependendo da solidariedade de compatriotas e de coletivos que distribuíam cestas básicas. Em contraponto a esse período, a pesquisadora levantou que, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), se fortaleceram as relações diplomáticas, inclusive com países africanos, impulsionadas por eventos esportivos realizados no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014.


Representações audiovisuais e o mito da democracia racial nas migrações contemporâneas

Foto de um homem branco de cabelos castanhos curtos e barba em um espaço aberto e claro. Ele usa um cordão no pescoço e uma camisa azul.
Frame de cena da novela Órfãos da Terra com o personagem Jamil, interpretado pelo ator Renato Góes. Imagem: reprodução/ YouTube  - TV Globo.

A telenovela Órfãos da Terra,  que tem como núcleo narrativo central uma família síria que se refugia em São Paulo, foi inspirada em histórias de pessoas que migraram para o Brasil e também teve em seu elenco imigrantes reais. “Eu achei sensacional isso de misturar ficção com realidade. Eu sabia, desde a primeira vez que eu morei no Brasil, que a telenovela é central na cultura brasileira”, comenta.

Durante a análise dos capítulos da novela e de vídeos institucionais do Conselho Municipal de Imigrantes (CMI) da Prefeitura de São Paulo, a pesquisadora notou a recorrência das palavras “acolhimento” e “diversidade”. Ela menciona que “os discursos institucionais da prefeitura, por exemplo, falam que São Paulo é uma cidade da diversidade desde o início, formada pela migração.”

Além de influenciar a cultura brasileira,  a telenovela, segundo a pesquisadora, leva à criação de imaginários sobre o Brasil em outros países. Ela afirma que:

 

“As pessoas que moram nos países da África, por exemplo, têm acesso à telenovela brasileira. Há um imaginário de diversidade, de um povo mestiço e, quando elas chegam ao Brasil, várias delas ficam surpresas, porque atrás dessa famosa democracia racial, elas percebem que existe o racismo, xenofobia e estereótipos.”

Laure Guillot, pesquisadora

 

No Museu da Imigração, o funcionário Thiago Haruo Santos, da equipe de pesquisa, comenta o choque de pessoas imigrantes com a cultura brasileira comparada com às telenovelas: “Tem muitos que falam: ‘Ah, quando eu cheguei aqui, eu conheci o Brasil pelas novelas da Globo, porque passava novela lá onde eu moro, e quando cheguei aqui não era nada disso. Era muito diferente.’ Isso aparece muito.”

print de tela de um homem tocando violão, sentado em uma cadeira de madeira. Ele está de perfil, é negro, tem dreads longos e presos, usa óculos escuros, camiseta amarela com detalhes coloridos e calça jeans. Atrás dele há um muro grafitado com ilustrações em cores terrosas e pastéis, incluindo pequenos barcos.
Joel Aurilien, ator, cantor, violonista e imigrante haitiano no bairro do Glicério, em São Paulo. Imagem: reprodução/ YouTube - Visto Permanente.

Nos vídeos institucionais do CMI, as migrações contemporâneas possuem uma imagem que remete à vida urbana de São Paulo, com prédios no fundo. “Eu percebi que eles mostram mais o centro da cidade, que é um lugar no imaginário muito ligado à migração contemporânea”, Laure afirma.  Em contraponto, nos vídeos do coletivo Visto Permanente, os imigrantes foram acompanhados nos bairros onde moram e as pessoas filmadas escolheram como queriam ser retratadas. “Isso, para mim, foi uma coisa bem interessante. Como mostrar o corpo migrante na cidade? Onde você vai mostrar?”, questiona a pesquisadora.

 

Experiência da população imigrante em São Paulo

A pesquisa apontou a cultura gastronômica como importante traço característico da cultura imigrante “Essa parte, da alimentação, é muito importante na questão da imigração. Muitas pessoas com quem eu fiz entrevista, que migraram para o Brasil, montaram negócios de comida, que não era o emprego delas no país de origem”, ressalta a pesquisadora. A culinária promove transformações culturais no território e sentimentos de identificação, que Laure aponta como um exemplo do processo de hibridação descrito por Canclini.

foto de um prato de porcelana clara com banana da terra em corte diagonal e frita. Sob o prato, uma superfície marrom com uma toalha vermelha com detalhes pretos.
Banana da terra frita é um prato presente na culinária de alguns países da África. Imagem: reprodução/ Biyou’z.

A experiência de pessoas imigrantes residentes em São Paulo é marcada por um sentimento de ambivalência, segundo as entrevistas. Ao mesmo tempo que as pessoas se mostram gratas pelo acolhimento em diversos ambientes, sofrem por perceberem discriminações xenofóbicas e racistas. Há relatos de pessoas que se percebem alvo de olhares fixos em certos ambientes, o que consideram estranho em um país com uma população negra tão grande. 

Entre as entrevistas há relatos de abordagens policiais constrangedoras ou violentas, como conta um dos entrevistados, Pierre Ainda, vindo de Chade, país da África Central. Pierre sofreu uma abordagem policial, à luz do dia, quando estava em seu primeiro ano como intercambista da Pontifícia Universidade Católica (PUC), no curso de Teologia, saindo da faculdade acompanhado de um amigo compatriota e de outros colegas. Ele e o amigo ficaram de costas com as mãos na parede e suas mochilas foram totalmente reviradas:

 

“Do nada, quatro viaturas da polícia. A gente andava com muita gente e a polícia parou só nós dois. E parou de um jeito bem violento, pegaram a mochila, tiraram os cadernos que a gente tinha dentro. Revistaram tudo. Eu fiquei totalmente apavorado, porque era a primeira vez que eu tava sendo abordado assim. Depois viram que a gente não era o que pensavam”.

Pierre Ainda, da República de Chade

 

Enquanto morou em São Paulo, Laure também fez visitas ao Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja), localizado no bairro de Perus. Nessa região, residem muitas  pessoas vindas do Haiti, o que fez com que dirigentes do Cieja criassem um currículo intercultural com atividades sobre a cultura imigrante.

A professora de Língua Portuguesa, Cristiane Maria Coutinho, que trabalha no Cieja, comenta que “alemães, holandeses, suíços, italianos são muito bem aceitos, bem recebidos [no país]. Os brasileiros têm uma curiosidade de saber da língua, como vieram, como vivem. Isso não acontece com os haitianos.” Cristiane relata que, em festas para a comunidade organizadas pelo Cieja, pessoas brasileiras demonstraram surpresa ao notarem que os haitianos falavam francês. “Havia, também, uma crença dos brasileiros de que o Haiti ficava na África. E a África já é estigmatizada.”, conclui a professora.

foto em preto e branco de uma placa com uma ilustração de um homem negro de boné e camiseta preta. Há prédios e uma grande estrutura de concreto atrás da placa.
Ato em revolta pelo assassinato de Moïse Kabagambe, do Congo. Foto: reprodução/ Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

Laure reflete sobre “como as pessoas que chegam agora têm, muitas vezes, as mesmas problemáticas que as pessoas afro-brasileiras” e sofrem com as consequências do racismo estrutural, como formação de novos guetos na cidade e a violência contra a população negra.

A exemplo disso, ela menciona o assassinato do jovem imigrante do Congo, Moïse Kabagambe, em seu local de trabalho, ocorrido no Rio de Janeiro. Laure conta que estava em São Paulo quando aconteceram protestos pela morte do jovem congolês, reunindo imigrantes e pessoas negras brasileiras.


Premiação no Senegal

Foto de uma mulher em uma mesa de conferência e, atrás dela, a projeção da foto de uma mulher negra com roupas brancas. A mulher na mesa é branca e tem cabelos castanhos longos e ondulados. Na parede ao fundo há enfeites circulares azuis, bege e amarelos de diferentes tamanhos.
Laure Guillot no congresso do Prêmio Aric 2025. Foto: acervo pessoal/ Laure Guillot.

A pesquisa de Laure Guillot foi reconhecida internacionalmente com o Prêmio Aric 2025, da Association Internationale pour la Recherche Interculturelle. A premiação ocorreu em reconhecimento aos resultados e ao formato da metodologia desenvolvida, que não se limitou a análise de fenômenos, mas, também, construiu diálogos com diferentes culturas. 

A interculturalidade também se expressa na tese por Laure ser uma estrangeira que morou no Brasil para fazer uma pesquisa sobre a cultura imigrante de São Paulo. “A tese fala do Brasil e de São Paulo, mas de muitos outros países”, acrescenta.

A premiação incluía um convite para realizar uma fala no congresso da Aric realizado em julho de 2025, na Université Cheikh Anta Diop de Dakar, no Senegal. Na abertura de sua fala, Laure exibiu o videoclipe Um corpo no mundo, da cantora Luedji Luna, em que a artista baiana percorre o centro de São Paulo cantando uma música que fala da migração.

 

“Eu fiquei muito feliz quando recebi a resposta da premiação, ainda mais porque o congresso aconteceu no Senegal. Eu falo do Brasil, mas eu também falo de países da África na minha tese. Então, isso foi muito simbólico.”

Laure Guillot, pesquisadora

 

 

 

 

 

 


Foto de capa: 8ª Festa Multicultural da Cultura Boliviana. Imagem: reprodução/ Prefeitura de São Paulo.