CMU | Departamento de Música



Ex-aluno do Departamento de Música se torna professor da Unesp

Luciano Cesar fala com gratidão sobre sua trajetória na ECA e suas perspectivas como futuro docente universitário

 

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Luciano Cesar, ex-aluno e pesquisador do Departamento de Música (CMU) e do Programa de Pós-graduação em Música (PPGMUS) da ECA, se juntará ao corpo docente do Departamento de Música do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Campus São Paulo. Presente no CMU desde sua graduação (de 1997 a 2001), Luciano foi, em abril deste ano, aprovado no Concurso Público de Provas e Títulos para o cargo de professor assistente, na área de conhecimento Música - Violão. O docente se mostra empolgado em levar a paixão que o trouxe até a ECA para a nova instituição, e pretende estreitar os laços entre as universidades.  

 

Caminhos no Violão 

Fotografia de dois rapazes de pele clara e cabelos curtos e pretos, sentados. O da esquerda usa camisa azul e olha para o rapaz da direita, que usa camisa branca e calça jeans e toca um violão, apoiado em sua perna. Ao fundo há uma porta azul e uma estante de madeira com dois vasos de planta.
Luciano, cantando com o irmão, Saulo. Foto: Acervo pessoal/ Luciano Cesar.

Nascido em Ceres, no Goiás, Luciano conta que sempre esteve cercado pela música popular sertaneja tocada no violão. Ainda jovem, deu seus primeiros passos nesse instrumento tocando e aprendendo sozinho, antes de ser matriculado em suas primeiras aulas. 
 

“O violão entrou na minha vida a partir do momento que eu entendi que a música podia ser um ramo do conhecimento, que pode fazer a gente ultrapassar a esfera do entretenimento”.

 
Luciano Cesar, músico, pesquisador e professor 
 

 

Foi com esse viés que os olhos de Luciano se voltaram para a USP, pois, segundo ele, o CMU possuía um corpo docente capaz de respeitar as artes como uma área do conhecimento acadêmico legítima. 

Apesar de não ter muito incentivo para prestar o vestibular, graças à crença que ele tinha na época de que a universidade não aceitava pessoas de fora do estado de São Paulo, Luciano ingressou na USP em 1997 e se candidatou a uma vaga no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp), “Eu não tinha dinheiro para custear minha moradia aqui, então, o fato de eu fazer parte hoje de uma universidade pública em São Paulo, eu acredito que seja uma devolução para o que ela me proporcionou”

 fotografia de dois homens abraçados posando para a foto. O da esquerda tem cabelos ondulados e grisalhos, usa óculos e camisa xadrez. O rapaz à direita tem cabelos curtos e pretos, usa óculos, terno azul e gravata cinza.
Logo depois do recital de formatura, em 3 de julho de 2001, com seu professor e amigo Edelton Gloeden. Foto: Acervo pessoal/ Luciano Cesar.

Desde então, Luciano teve uma trajetória extensa no Departamento de Música. Se graduou em 2001 como bacharel em violão e, em 2009, defendeu seu mestrado sobre o violonista e luthier Sergio Abreu, o primeiro trabalho biográfico feito sobre essa personalidade. A dissertação é, até hoje, reconhecida por sua documentação da história musical brasileira e serve como ponto de partida para outras pesquisas.

Em 2014, defendeu seu doutorado sobre hermenêutica, um ramo da filosofia, utilizada no estudo para a interpretação musical. Já em 2018, concluiu o seu pós-doutorado fundamentado na tentativa de reconstituição de uma fonte primária de uma partitura, a partir das primeiras gravações. Nesse período, também colaborou no PPGMUS, onde ministrou aulas ao lado do professor Edelton Gloeden e segue participando de bancas de avaliação. 

 

Professor e aluno 

Como professor, Luciano já dá aulas em universidades públicas e privadas desde 2002 e reitera a importância de seguir buscando conhecimento. Segundo ele, é preciso manter-se atualizado e integrado nos temas tratados pelos alunos: 

 

“Acho que o professor que esquece como era ser estudante e deixa de aprender com eles, se torna um péssimo professor muito rapidamente.” 


Luciano Cesar, músico, pesquisador e professor 

 

Também é importante que um educador saiba mesclar a teoria e a prática em suas aulas, sendo elas complementares. O professor afirma que é necessária a imersão nos conteúdos artísticos, conhecer repertórios, estilos e gêneros, tanto quanto é necessário saber organizar e sistematizar esse conhecimento de uma maneira inteligível para a linguagem científica. “Dentro da Universidade você tem uma responsabilidade a mais, de ter não só uma consciência crítica em relação ao que você tá fazendo, mas também uma capacidade de estruturar os saberes artísticos.” 

Começando seus trabalhos na Unesp, o professor vai oferecer aulas de violão e de música de câmara, além de uma matéria de formação que ele criou com o intuito de discutir com os estudantes temas não tratados nas aulas práticas. “Eu pretendo fazer com que essa disciplina seja aberta para os alunos das três universidades estaduais: Unesp, USP e Unicamp” afirma Luciano, convidando estudantes da ECA a participarem da disciplina para discutir questões diversas em relação à música, como compositores, evolução do violão nos últimos anos, entre outros assuntos. 

 

Gratidão e irmandade

Nessa nova fase, Luciano demonstra empolgação e expectativa de manter a paixão pela música, especialmente, pela música feita na universidade, um lugar de democratização, difusão do conhecimento e do fazer artístico livre; para ele, é uma arte muito digna de ser estudada e respeitada e que não se encontra em qualquer lugar. 

O professor deixa uma mensagem de gratidão e parceria para seus, como ele apelidou, “irmãos” do CMU: 

“Meus irmãozinhos, puxa, eu sou tão encantado por tudo que eu pude receber dessa instituição e eu tenho acompanhado com muito carinho tudo que eles têm feito [...] agora vocês têm um irmão mais velho na Unesp, e eu quero que vocês a vejam como uma extensão da casa de vocês”. 

 

 


Imagem de capa: Gal Oppido/ acervo Luciano Cesar. 
 
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