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Inscrições abertas para o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos

Com nova categoria para destacar defesa da democracia, premiação recebe trabalhos de jornalistas, escritores, fotógrafos e artistas do traço

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Estão abertas até 10 de junho as inscrições para o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Criada em 1978, a premiação que leva o nome do jornalista e professor da ECA morto pela ditadura reconhece trabalhos em prol dos direitos humanos realizados por jornalistas, fotógrafos, escritores e artistas do traço. A ECA é uma das 18 entidades organizadoras do prêmio, junto com a família Herzog.

Profissionais e artistas de todo o território nacional podem inscrever trabalhos nas seguintes categorias: 

  • Produção jornalística em texto: reportagem em texto publicada em veículo impresso ou eletrônico (no caso de série, limitada à inscrição de uma reportagem);
  • Produção jornalística em áudio: reportagem ou documentário em áudio (no caso de série, limitada à inscrição de uma reportagem ou episódio);
  • Produção jornalística em vídeo: reportagem ou documentário em vídeo (no caso de série, limitada à inscrição de um episódio);
  • Produção jornalística em multimídia: reportagem multimídia publicada na internet (no caso de série, limitada à inscrição de uma produção);
  • Fotografia: foto ou série fotográfica publicada em veículo impresso ou eletrônico (no caso de série, limitada a até seis imagens);
  • Arte: ilustração, charge, cartum, caricatura ou quadrinho publicado em veículo impressos ou eletrônico (no caso de série, limitada à inscrição de uma obra ou peça);
  • Livro-reportagem: obra editada e lançada no ano de 2024 (limitada à inscrição de uma única obra por autor ou autora)

Os trabalhos inscritos devem ter sido publicados entre a meia-noite de 21 de julho de 2024 e as 18h de 10 de junho de 2025. Saiba mais no regulamento.

 

Nova categoria destaca defesa da democracia 

Neste ano, para marcar o cinquentenário do assassinato de Vlado e destacar pautas sobre ameaças ao estado democrático de direito e a resistência a esses ataques, o Prêmio Vladimir Herzog instituiu uma nova categoria. A categoria Defesa da Democracia recebe inscrições de trabalhos produzidos nas modalidades texto, vídeo, áudio, multimídia, foto e arte produzidos entre 8 de janeiro de 2023 e 23 de setembro de 2025

As inscrições podem ser individuais ou em equipe, limitadas a um trabalho por autor ou equipe de autores, e devem ser feitas até as 18h do dia 23 de setembro de 2025.  Confira o regulamento da categoria extra: Defesa da Democracia.

 

Assassinato de Vladimir Herzog completa 50 anos em 2025

Em 24 de outubro de 1975, militares foram à TV Cultura em busca de Vladimir Herzog, que havia acabado de assumir a direção de jornalismo da emissora e atuava como professor voluntário na ECA havia cerca de três meses, ministrando a disciplina Jornalismo Televisionado. 

Foto em preto e branco de homem de cabelos escuros e ralos, usando suéter claro e olhando para a câmera. Em segundo plano, à direita, há um grande relógio de parede com mostrador analógico marcando aproximadamente 11h17. O relógio está fixado em um painel de madeira com mostradores e botões metálicos. Na frente do homem, desfocado, há um objeto escuro que pode ser um microfone. A imagem apresenta manchas e marcas, sugerindo que é uma fotografia antiga.
Vladimir Herzog na Rádio BBC de Londres. Foto: acervo pessoal/Ivo Herzog.

No dia seguinte, Herzog compareceu ao DOI-Codi, órgão do Exército responsável por operações de inteligência e repressão da ditadura militar, para depor sobre suas supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi submetido a sessões de tortura e assassinado por agentes que em seguida forjaram uma cena de suicídio. 

Jornalistas, religiosos e outras figuras da sociedade civil se uniram à família na denúncia do brutal assassinato de Herzog. Em 31 de outubro de 1975, um ato ecumênico em memória do jornalista reuniu mais de oito mil pessoas na Catedral da Sé e tornou-se um marco da luta contra o regime militar. Três anos depois, uma sentença do juiz Márcio José de Moraes condenou o Estado brasileiro pela prisão ilegal, tortura e morte de Herzog, mas apenas em 2013, após iniciativa da Comissão Nacional da Verdade, a certidão de óbito de Vladimir Herzog foi retificada. 

Em 2018, a União foi condenada mais uma vez, desta vez pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que considerou o assassinato de Herzog um crime de lesa-humanidade, e como tal, imprescritível e impassível de ter seus responsáveis beneficiados pela Lei de Anistia ou qualquer disposição legal semelhante. A Corte determinou a retomada da investigação e do processo penal para identificar, processar e responsabilizar os autores da tortura e assassinato de Herzog. Publicada em 2023, a sentença aguarda providências do Estado brasileiro. 
 


 

 

 


Foto de capa: Vladimir Herzog na Radio BBC de Londres. Foto: acervo pessoal/ Ivo Herzog. 
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