Filme de ex-aluna é premiado na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
A Felicidade das Coisas recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema; longa é o primeiro de Thais Fujinaga, formada em Audiovisual
A 45ª edição da tradicional Mostra Internacional de Cinema de São Paulo foi encerrada na última quarta-feira, dia 3, em cerimônia realizada sob o Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú. O anúncio dos filmes premiados trouxe uma grata surpresa para a comunidade ecana: o filme A Felicidade das Coisas, de Thaís Fujinaga, formada pela primeira turma do Curso Superior do Audiovisual do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), foi o vencedor do prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), concedido ao melhor longa-metragem nacional de diretor estreante (que tenha realizado no máximo dois filmes no formato).
Outras duas produções dirigidas por egressos da ECA também foram exibidas na Mostra, mas não conquistaram prêmios: Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral, formado no antigo curso de Cinema e Vídeo do CTR, e Nove Dias, de Edson Oda, ex-aluno do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP).
Graduada pelo Curso Superior do Audiovisual em 2008, Thaís Fujinaga já conquistou prêmios internacionais com seus curtas-metragens A Visita, L e Os Irmãos Mai, além de ter sido corroteirista do longa A Cidade Onde Envelheço. Seu primeiro longa-metragem como diretora e roteirista, A Felicidade das Coisas, teve sua avant première mundial na seção Primer Corte do Ventana Sur, mostra dedicada a filmes de ficção latino-americanos ainda em pós-produção, não finalizados, e foi exibido também na seção Bright Future do Festival de Roterdã, na Holanda. Abordando a relação entre amor e perda a partir da história de Paula, uma mulher de 40 anos que, grávida do terceiro filho, precisar lidar com problemas financeiros e o abandono do marido, o filme contou com uma equipe repleta de ex-alunos do CTR: além de Thais, o diretor de fotografia André Luiz de Luiz, o montador Alexandre Taíra e o sound designer Gustavo Nascimento.
Em declaração oficial, o júri da Abraccine, formado por Diego Benevides, Lorenna Montenegro e presidido por Kel Gomes, justificou a concessão do prêmio para A Felicidade das Coisas “pela tessitura do cotidiano e do político no retrato de uma família de classe média brasileira que se revela em gestos, afetos, faltas e frustrações, sobretudo a aflição materna em um cenário – e país – à beira do abismo.”