Jornada da Quarentena aborda as políticas culturais no Brasil
Com curadoria de pesquisadores, conteúdos fazem parte do acervo do Fórum Permanente

O Fórum Permanente (FP) é uma plataforma de crítica e ação cultural, voltada principalmente para o compartilhamento de reflexões e práticas sobre o mundo dos museus, das artes e das políticas culturais no Brasil e no mundo. Com coordenação e curadoria do professor Martin Grossmann, do Departamento de Informação e Cultura (CBD), a iniciativa tem entre seus colaboradores diversos pesquisadores e instituições nacionais e internacionais.
Ao longo de quase 20 anos de existência, o Fórum tem disponibilizado em seu site um imenso acervo de artigos, produções artísticas, notícias, imagens, vídeos e outros materiais. Tudo isso é fruto de eventos e publicações realizados pela entidade e também das pesquisas desenvolvidas por seus colaboradores. Para se ter uma ideia, apenas na seção Dossiês é possível encontrar 25 coleções de documentos dedicados a importantes instituições culturais brasileiras, como o Masp e a Fundação Bienal, e também a temas como gestão de museus e a censura a obras de arte.
Pensado inicialmente como um trabalho de cobertura crítica, o FP acabou tornando-se uma espécie de museu. Um museu de informação, segundo Grossmann, que como tal precisa estar sempre em movimento: “o grande desafio é você manter um arquivo vivo.” Para isso, a recuperação da informação tem papel fundamental, sobretudo a partir do momento em que o isolamento social e a mediação online se impuseram sobre a maioria das atividades.
É aí que surge a Jornada da Quarentena, uma seleção de materiais publicados pelo Fórum com o objetivo de "estimular a difusão de conteúdos de qualidade sobre arte contemporânea, cultura e museus de arte”. O trabalho envolve Arthur Lauriano, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV), Ulisses Franco, estagiário do FP e graduando em História pela USP, e Diego de Kerchove, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação e gerente de conteúdo do FP.
A Jornada funciona como uma ação cultural que ativa esse museu de informação, sempre com foco nas questões da atualidade. “Essa ativação recupera [a informação], mas é muito legal, porque a gente tá tentando lidar com as urgências do agora”, explica Grossmann. Os três primeiros números abordaram temas como convivência, solidão, monumentos, memória e história.
A quarta edição, recentemente lançada, traz um conjunto de reflexões sobre o passado, o presente e as perspectivas de futuro para as políticas culturais no Brasil, com destaque para o artigo “Que políticas culturais”, de Lúcia Maciel de Oliveira, que apresenta um histórico das políticas culturais desde o período colonial até o segundo governo Lula. A Jornada também resgata três análises que ajudam a identificar os desafios dos museus no governo Bolsonaro.
Para conhecer todas as edições da Jornada da Quarentena, acesse a página oficial.
O Fórum Permanente: museus de arte entre o público e o privado (FP), surgiu em 2003 como uma rede de parcerias com diversos agentes atuantes nos campos das artes e da cultura, instituições de arte e agências culturais estrangeiras e nacionais, sejam da esfera pública ou privada. Em 2009, adquiriu figura jurídica como associação cultural.
As principais iniciativas do FP incluem gestão e curadoria de eventos, realização de oficinas, coordenação de pesquisas, organização de publicações especializadas e a atualização e manutenção de uma plataforma-arquivo que preserva a memória desses eventos e ações. Referência nacional e internacional, o site do Fórum, além de manter esse repositório, hospeda projetos de pesquisa em arte e cultura, disponibiliza informação e memória de cursos de graduação e pós-graduação na área, dossiês de instituições e organismos culturais, bem como entrevistas e encontros realizados por sua equipe e parceiros.
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