Como é ser mulher na ECA durante uma pandemia

Relatos de professoras, alunas e funcionárias da ECA reforçam a necessidade de espaços de acolhimento e ações de combate ao machismo e em prol da permanência das mulheres

Comunidade
ecaemcasa
reportagem
desigualdade
covid-19
direitos humanos
Foto de uma mulher em frente a uma janela molhada. Ela é branca e tem cabelos longos. A jovem abre uma fresta da persiana com os dedos.
Foto: Hedgehog Digital /Unsplash. 

Esgotamento em função da sobrecarga de trabalho formal, doméstico e de cuidados ‒ normalmente atribuídos às mulheres ‒, especialmente àquelas com crianças pequenas em casa. Dificuldades ligadas a uma cultura de produtividade do meio acadêmico, que ainda carece de medidas de amparo para as mulheres. A falta de protocolos de atendimento e encaminhamento das questões de violência contra as mulheres. Estes foram alguns pontos destacados pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) sobre a situação das mulheres da ECA durante a pandemia.

As informações foram obtidas durante a roda de conversa Ser Mulher na ECA, promovida no dia 25 de março pela CDH, com a mediação de Soraia Saura, professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP e integrante da Rede Não Cala USP. Na ocasião, professoras, funcionárias e alunas puderam dividir suas vivências e pensamentos sobre como é ser mulher na ECA e como a pandemia aprofundou dificuldades já existentes em função da desigualdade de gênero. “Através das falas de muitas, ficou clara a vontade de mobilização para o enfrentamento das desigualdades”, ressaltou, em nota, a CDH.

As ações propostas sugerem uma atuação em rede, com a construção de espaços coletivos de acolhimento, como rodas de conversa periódicas, assim como ações específicas voltadas ao acolhimento das calouras, às opressões sofridas por funcionárias terceirizadas e a um trabalho educativo para mulheres que, por desconhecimento, acabam reproduzindo o machismo dentro da Escola. O trabalho não deve ficar restrito às mulheres; atingidos pelo machismo e pela masculinidade tóxica, os homens também devem ser impactados por ações contra a violência de gênero.

A importância da denúncia na CDH para o combate às opressões é fundamental e a comissão está à disposição de ecanos e ecanas que se sintam ameaçadas ou discriminadas. As denúncias são sigilosas e podem ser feitas pelo e-mail da comissão.

 


Imagem de capa: Arte de Clara Brandão
Notícias do