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Sede de Viver

"Esse era um dos traços mais fortes de Jessica Santoro Gallo, estudante do Departamento de Artes Cênicas falecida em 20 de janeiro último". Leia a íntegra da nota do Departamento em homenagem a discente

Vida acadêmica
foto de uma apresentação de teatro. Uma jovem branca, de cabelos longos e castanhos, vestida de branco, segurando um acordeon. Uma luz avermelhada ilumina a jovem atriz.
Jéssica Gallo era estudante do curso de Artes Cênicas da ECA. Foto: acervo pessoal

Esse era um dos traços mais fortes de Jessica Santoro Gallo, estudante do Departamento de Artes Cênicas falecida em 20 de janeiro último. Se essa marca já era nítida desde os primeiros tempos no CAC, ela se acentuou ao longo de 2022, com o agravamento de seu estado de saúde ao mesmo tempo em que regressávamos às aulas presenciais.

Observadora atenta, sorriso suave, voz delicada e gestos discretos, Jessica era especialmente querida pelos colegas, alguns dos quais a acompanharam de perto até o último momento. 

Para bem além das disciplinas, Jessica mergulhou de modo decidido em uma série de oportunidades oferecidas pela ECA. Presença frequente nas apresentações de cenas dos colegas, como bolsista PUB ela participou do Projeto Cursinho Popular Ruth de Souza, engajando-se no apoio continuado a candidatos de baixa renda em vias de prestar o exame vestibular no CAC. 

Há cerca de três anos partilhava com os parceiros do Grupo de Estudos de Curadoria em Artes Cênicas um diálogo pioneiro sobre essa vertente da formação do/da profissional da cena dentro do contexto brasileiro. 

No segundo semestre de 2022 concluiu a pesquisa de Iniciação Científica Entre a obra e o fruidor: a experiência do espectador de teatro online. Em meio ao tratamento pesado, Jessica nos surpreendia; nunca deixou de cumprir seus compromissos nem sequer solicitou qualquer regime de exceção em função dos problemas de saúde.

Nós, seus professores acompanhávamos com admiração as etapas de sua busca de cura, sempre impressionados pela fabulosa energia que parecia se renovar a cada vez que ela assumia um novo compromisso. As janelas abertas pelas experiências na USP trouxeram ventos que a impulsionaram para novas explorações, mobilizando também quem estava a sua volta. 

Sua notável sede de viver gerava em nós, que convivíamos com a Jessica, interrogações nunca respondidas. Mesmo que essa sede não tenha sido saciada, hoje ela parece ter se transformado em um farol cuja luz potente atinge, de perto ou de longe, todos aqueles que a conheceram.

 

Departamento de Artes Cênicas (CAC)
Escola de Comunicações e Artes
janeiro de 2023

 


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