CAP | Departamento de Artes Plásticas



Última semana para visitar a exposição Depois de Tudo

Trabalhos de Conclusão de Curso de estudantes que se formaram em Artes Visuais no último ano estão em cartaz no Espaço das Artes

Comunidade

Inaugurada em dezembro, a exposição Depois de Tudo segue aberta para o público no Espaço das Artes (EdA) até 31 de março, das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira. O evento, organizado coletivamente por discentes e docentes, apresenta as produções de estudantes do Departamento de Artes Plásticas (CAP) que se formaram em 2022. A mostra é uma tradição do curso de Artes Visuais, que permite que jovens artistas exibam suas criações na Universidade uma última vez como estudantes de graduação.

Os trabalhos representam um panorama dos aprendizados nas disciplinas laboratoriais de pintura, desenho, fotografia, gravura, escultura, multimídia, performance e instalação, entendidas como espaços de aprendizado e de experimentação. No catálogo da mostra, é possível saber mais sobre o processo criativo de cada artista, conhecer detalhes das criações e ter acesso a obras digitais.

 

As obras

O trabalho de Terenah é um dos primeiros a chamar a atenção do visitante. O Bichão está pendurado no teto do EdA e surpreende pelo seu tamanho. A escultura é feita a partir de tela de galinheiro, papelão, arame e madeira e é revestida por estofamento e por um tecido estampado em serigrafia. No catálogo, estão disponíveis os rascunhos do projeto e fotos das fases de estruturação e estampagem da obra.

Bichão - Terenah

Foto de uma escultura pendurada no teto. Ela é formada por um tipo de corpo ovalado e duas “pernas”, que começam no topo da escultura e vão até o chão, que é cinza. A estampa é quadriculada, algumas áreas são em tons de roxo e branco e outras em tons de roxo e azul. Ao fundo, está uma parede branca, e nela há um painel com o desenho de um cachorro. Próximas ao teto, estão saídas de ventilação e lâmpadas.

Imagem: Thiago Campolina/LAC

Desenho de um rascunho da obra. O fundo é branco e os traços são pretos, claros  e finos. É possível ler as frases “desenhei por contornos”, “corpo” e “estofado” ao redor do desenho do Bichão.

Imagem: Reprodução/Catálogo Depois de Tudo

Foto do processo de estampagem. Um tecido com quadrados roxos e brancos está disposto na mesa. No centro dele, há uma área com quadrados azuis. Em cima dessa região, presa à mesa, está uma placa utilizada na técnica da serigrafia para imprimir os desenhos.

Imagem: Reprodução/Catálogo Depois de Tudo

Foto da escultura sendo preparada. Uma estrutura de tela de galinheiro em um formato ovalado está presa ao teto de uma casa. Dentro dela, há algumas caixas de papelão recicladas e ripas de madeira para dar estrutura. Ao fundo, há uma parede bege desgastada e uma porta de madeira fechada.

Imagem: Reprodução/Catálogo Depois de Tudo

 

Gabriel Ussami também utilizou recursos da serigrafia em seu TCC. Os painéis Chiado, Zengakuren #2 e Zengakuren #1 foram produzidos com tintas acrílica e serigráfica sobre cartazes publicitários. 

Chiado, Zengakuren #2 e Zengakuren #1 - Gabriel Ussami

Foto das três obras em uma parede branca. A foto foi tirada de lado, o que deixa um dos painéis mais em evidência do que os outros.

Imagem: Thiago Campolina/LAC

Foto do painel pendurado em uma parede branca. A imagem representa um confronto. Diversas pessoas carregam bandeiras, armas e bastões, e a maioria usa capacetes. É como se estivessem fugindo da cena, em direção ao espectador. As cores são preto, branco e diversos tons de cinza. É possível ver uma linha que indica onde as duas partes do painel foram grudadas.

Chiado, por Gabriel Ussami. Imagem: Thiago Campolina/LAC

Foto da obra pendurada em uma parede branca. Um desenho vermelho abstrato ocupa a maior parte do painel. É como se diversas linhas e raízes saíssem de um borrão principal ao centro. O fundo da obra é dourado. É possível ver uma linha que indica onde as duas partes do painel foram grudadas.

Zengakuren #2, por Gabriel Ussami. Imagem: Thiago Campolina/LAC

Foto da obra pendurada em uma parede branca. O painel tem uma arte abstrata em tons de preto, cinza e prata. Há traços horizontais nas três cores, que se sobrepõem e se misturam. Percebe-se algum tipo de textura no material. É possível ver uma linha que indica onde as duas partes do painel foram grudadas.

Zengakuren #1, por Gabriel Ussami. Imagem: Thiago Campolina/LAC

Foto aproximada da obra anterior, que é composta pela mistura de traços pretos, cinzas e pratas. Percebe-se que há uma textura por baixo da tinta que formam palavras. É possível ler as palavras “novo” e “não”. A foto foi tirada bem próxima ao painel, de baixo para cima.

Aproximação de Zengakuren #1, por Gabriel Ussami. Imagem: Mariana Zancanelli/LAC

 

Em uma sala mais escura, estão expostas a Série Folhas Soltas de História da Artes e a Série Alegorias da Luz. Conforme Bruno S. Menegatti explica no catálogo, os quadros readequam e se apropriam de elementos que marcaram a História da Arte – como vitrais medievais, ornamentos clássicos e obras modernistas – para criticar o “transbordamento da cultura de massas”, representado pelo “clichê da tinta fluorescente e da luz negra”.


 

Também passando por discussões sobre a história da arte e sobre a cultura de massa, está o trabalho de Anna Talebi, que convida quem visita a exposição a se posicionar atrás do painel de madeira e fazer parte da obra. O Que Eu Queria Mesmo Ser É a Monalisa reproduz uma imagem do clipe Apeshit, de The Carters, dupla formada pelo casal de músicos Beyoncé e Jay-Z. Anna explica que “no vídeo, a dupla se coloca em frente a algumas obras do museu, sempre com roupas de grife e jóias, numa crítica à ausência de representatividade negra naquele espaço. O Louvre, neste caso, funciona como um símbolo de todas as instituições de arte.”

O projeto da artista se estendeu também para uma atividade prática nas salas de aula da Educação para Jovens e Adultos. Além de discutir sobre a descolonização da arte e sobre a supremacia branca na História da Arte que é ensinada, Anna propôs que os estudantes posassem em frente a projeções de obras famosas e fizessem suas próprias versões destas.

 

A obra Como uma faísca também trabalha com temas atuais. O TCC de Pedro Andrada reúne vários materiais para compor uma obra predominantemente marcada pela imagem de teclados de computador.

 

Além de todas as criações que estão expostas no EdA, também foram realizados projetos digitais. A animação de Julio Modanez é um desses casos. O vídeo Senhora do Escuro foi montado frame a frame, a partir de técnicas de desenho, pintura e animação 3D. “Em relação à temática e à narrativa, as duas partem de um folclore pessoal criado e recriado durante todo o processo de elaboração da narrativa. Trata-se de uma história aberta, passível de interpretações pelo espectador e que, pessoalmente, é uma porta de entrada para criar outras histórias desse universo folclórico”, conta o agora ex-aluno do CAP.

 

O Espaço das Artes (EdA)

Foto da fachada do Espaço das Artes. Ela é dividida em quatro partes. Da esquerda para a direita, a primeira é uma parede branca e a segunda é vermelha. A terceira, que é a mais comprida, tem vidros pretos reflexivos na parede e uma cobertura branca com bancos embaixo. A última parte é uma parede com a pintura de um retângulo preto e as frases “o passado é o começo” e “o presente é a origem” em branco. Na frente do prédio, há uma escultura de metal e um gramado no chão.
Imagem: Amanda Ferreira/LAC ECA

O Espaço das Artes (EdA) é um espaço de criação e experimentação artística destinado ao ensino, à pesquisa e à extensão.

Compartilhado pelos três Departamentos de Artes da ECA USP – Artes Cênicas, Artes Plásticas e Música – vem abrigando, desde 2017, processos criativos, exposições e mostras de todas as ordens, servindo como um grande laboratório para estudantes, docentes e grupos de pesquisa dos três departamentos e dos programas de pós-graduação em Artes Cênicas (PPGAV), Artes Visuais (PPGAV) e Música (PPGMUS).

Endereço: Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo, SP

Horário de visitação: Segunda a sexta-feira | 10h às 19h

Telefone: (11) 2648-1426

Acesse a visita virtual e conheça melhor o EdA.

 


Imagem de capa: Amanda Ferreira/LAC ECA
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