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Congregação assina moção de apoio às cotas para pessoas trans na USP

COMUNICADOS
Foto de uma bandeira tremulando em um céu azul. A bandeira é formada por listras horizontais, nas cores, azul, rosa e branco.
Foto: Bandeira do orgulho trans. Foto: DepositPhotos.

Em sessão realizada no dia 30 de outubro, a Congregação da ECA subscreveu, por unanimidade, a moção apresentada pela representação discente em apoio à adoção de cotas para pessoas trans nos cursos de graduação da USP. A moção apoia a implementação de políticas afirmativas direcionadas ao ingresso de pessoas trans e travestis, visando ampliar a inclusão desse grupo no ensino superior.

O texto ressalta que a implementação de cotas é um passo essencial para fortalecer a presença de pessoas trans no meio acadêmico, assegurando condições de acesso mais igualitárias para seu acesso e permanência na universidade.

Leia a moção na íntegra:

 

Moção de apoio da ECA às Cotas Trans nos cursos de graduação na Universidade de São Paulo 

 

Esta moção tem como objetivo prestar apoio à iniciativa estudantil que visa implementar uma política afirmativa de ingresso nos cursos de graduação da Universidade de São Paulo direcionada às pessoas trans e travestis. A Escola de Comunicações e Artes se compromete com o reconhecimento da necessidade de Cotas Trans para um grupo vulnerável da sociedade, a população trans, que hoje se encontra fora do ensino superior, na marginalidade e em empregos informais. 

A violência sofrida por esse grupo torna o ingresso na universidade muito mais desafiante. Além disso, a entrada no mundo acadêmico e no mercado de trabalho podem ser essenciais para salvar vidas trans, que hoje, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), têm a expectativa de vida de 35 anos, sendo as mulheres trans e travestis negras o grupo mais violentado. 

Hoje, pessoas trans são apenas 0,15% do corpo discente de graduação da USP¹, enquanto representam 2% da população brasileira². Acreditamos que o conhecimento, a ciência e a pesquisa científica também devem ser produzidos por pessoas trans, que cada vez mais deixam a posição exclusiva de objeto de estudo. 

Dessa forma, reiteramos a recomendação apresentada pela Nota técnica sobre ações afirmativas para pessoas trans e travestis e o enfrentamento da transfobia no contexto da educação superior da ANTRA³, que diz: “nesse cenário, os métodos de seleção variam entre a reserva de uma vaga em cada curso para pessoas trans ou reserva de no mínimo 1,5% a 2% das vagas da ampla concorrência.” (Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 2024). 

Por fim, conforme aprovação desta moção em sessão da Congregação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, declaramos apoio frente ao Conselho Universitário à implementação de Cotas Trans em todos os cursos da graduação.



¹Informação obtida através de pesquisa feita pelo coletivo de pesquisa e extensão da USP “Corpas Trans”
²Informação obtida de pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Dados disponíveis em reportagem do Jornal da Unesp.
³Leia a nota completa no site da Antra Brasil.