CJE | Departamento de Jornalismo e Editoração



Estudantes de Jornalismo visitam Globo Rural, porto de Santos e plantação de cana

Ciclo de palestras e visitas faz parte do prêmio José Hamilton Ribeiro e integrou disciplina do curso

Estudos
Jornalismo científico
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agronegócio
agrocomunicação
prêmio José Hamilton Ribeiro
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Entre os dias 5 e 7 de maio, estudantes de Jornalismo da ECA participaram de um ciclo de palestras e visitas promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (ABAG/RP) como parte do prêmio José Hamilton Ribeiro. Essa oportunidade foi oferecida aos estudantes dentro da disciplina Agência de Notícias, um laboratório de jornalismo científico obrigatório durante o 3º semestre do curso. Também houve participantes de outras universidades, como ESPM, Mackenzie, Belas Artes, FAM e FMU. Boa parte das atividades foi voltada para o debate acerca do futuro do agronegócio, com enfoque na atuação das tecnologias de inteligência artificial em prol da sustentabilidade. 

No primeiro dia, os estudantes acompanharam uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio, que ocorreu no edifício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. A reunião teve como objetivo homenagear os fundadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): Eliseu Alves, José Pastore e Luís Fernando Cirne Lima

Além das homenagens, a atual presidente da Embrapa, Silvia Massruha, compartilhou com os jovens não apenas a história da maior empresa pública voltada ao agronegócio, mas também mostrou quais iniciativas vêm sendo tomadas para elevar o setor a um patamar cada vez mais tecnológico e sustentável, como investimentos em inteligência artificial para a redução das emissões de carbono

Em seguida, o grupo de estudantes conheceu os estúdios Globo, em especial, a redação do programa Globo Rural, onde tiveram um bate papo com a editora chefe do programa, Camila Marconato, e com uma de suas apresentadoras, Cristina Vieira, que falaram sobre a necessidade de conhecer bem o interior do Brasil para ser um bom jornalista. “A gente tem que sair da redação e pegar a estrada, o Globo Rural faz isso”, afirma Camila. O jornalista José Hamilton Ribeiro, que dá nome ao prêmio da ABAG, nasceu em Ribeirão Preto e foi apresentador do Globo Rural por quase 40 anos, de 1982 a 2021, quando já ocupava o cargo de editor. 

Foto de um grupo de cerca de 20 pessoas, em sua maioria mulheres jovens e brancas, todos com um crachá no pescoço. Alguns estão de pé e outros agachados na frente de uma claquete gigante com o logo da Rede Globo em um espaço com piso de cimento e divisórias em vidro ao fundo.
Estudantes de Jornalismo da ECA com Cristina Vieira, apresentadora do Globo Rural. Foto: acervo pessoal/Maria Eduarda Lameza

 

O segundo dia aconteceu na cidade de Santos, na qual os estudantes visitaram um dos terminais do porto, a fim de entender a logística de importações e exportações do agronegócio brasileiro. O porto de Santos é o maior complexo portuário da América Latina e movimenta principalmente commodities para 200 países. O diretor de operações da autoridade portuária, Edilberto Menezes, explicou para os estudantes o funcionamento diário do porto e contou como estão se preparando para expandir as atividades: “em alguns anos, vamos dobrar a capacidade do porto para conseguir suprir a demanda”. Ele também comentou as medidas que estão sendo tomadas com o objetivo de minimizar os impactos ambientais gerados pela atividade portuária. 

Uma dessas ações partiu de um estudo feito na USP: biólogos identificaram uma espécie vegetal exótica que está prejudicando o ecossistema nativo em manguezais de Santos. Edilberto explica que essa espécie veio na água de lastro - água que fica dentro de tanques de navios que estão muito leves para garantir estabilidade - de navios internacionais. Para solucionar esse problema, o porto passou a investir em tecnologias de inteligência artificial que rastreiam e identificam navios que descumprem as regras para esse lastro e podem estar carregando espécies estrangeiras. Esses dados são compartilhados com a Marinha Brasileira para proteger os ecossistemas locais.

Foto de um navio azul e vermelho com muitos contêineres coloridos empilhados. Na parede do navio está escrito “shipping” em letras grandes e brancas.  O navio está no mar azul e, atrás dele, uma montanha verde. O céu também está azul com algumas poucas nuvens brancas.
Após as palestras, o grupo fez um passeio de barco pelo canal do porto de Santos e, em seguida, visitou o Museu do Café.  Foto: Maria Eduarda Lameza/LAC-ECA

 

No terceiro e último dia de visitas, os estudantes foram até a cidade de Iracemápolis para conhecer a Usina Iracema, do grupo São Martinho, que produz açúcar, etanol e bioenergia a partir da cana-de-açúcar. A equipe da usina explicou todas as etapas de produção, desde o plantio da cana, passando pela colheita e pelo processo industrial, até a exportação dos produtos finais. As práticas sustentáveis da usina também foram abordadas, como o manejo do solo e o uso de controle biológico e de fertilizantes naturais. “Precisamos aumentar a produtividade sem aumentar a quantidade de terras utilizadas”, afirmaram os engenheiros agrícolas presentes no evento. 

Um dos pontos que mais chamou a atenção dos estudantes foi o Centro de Operações Agrícolas, um espaço que reúne tecnologia e dados para conectar e monitorar toda a fazenda. Isso é feito por meio de computadores de bordo em tratores, colheitadeiras e outros equipamentos, internet em todas as plantações, drones e inteligência artificial para tornar a produção mais eficaz e sustentável.

Foto de uma plantação de cana-de-açúcar. Do lado esquerdo da imagem, a cana já foi colhida e resta apenas palha amarelada no chão. Ao fundo, há uma máquina vermelha realizando a colheita e do meio para o lado direito da imagem fileiras de cana verde. O céu está azul com várias nuvens brancas.
Os estudantes puderam acompanhar a colheita mecanizada da cana e depois visitaram a fábrica que produz os equipamentos agrícolas, como tratores e colheitadeiras. Foto: Maria Eduarda Lameza/LAC-ECA

 

Prêmio José Hamilton Ribeiro

O prêmio de jornalismo José Hamilton Ribeiro foi criado em 2008 pela ABAG/RP com o objetivo de incentivar o trabalho jornalístico dedicado à divulgação de assuntos relacionados ao agronegócio regional. É realizado em duas categorias: a Profissional e a Jovem Talento, voltada para estudantes de Jornalismo. Após o ciclo de palestras e visitas, os estudantes que queiram participar devem enviar reportagens em texto, áudio ou vídeo relacionadas ao agronegócio paulista para concorrer ao prêmio de 5 mil reais para o primeiro lugar. Os participantes têm até o dia 30 de outubro para enviarem seus trabalhos. Confira o regulamento

 

Agência Universitária de Notícias

Em 2024, a primeira colocada do prêmio José Hamilton Ribeiro na modalidade escrita e na categoria Jovem Talento foi Bárbara Aguiar, estudante da ECA, com a reportagem Inserção de tecnologia no agronegócio abre espaço para jovens talentos no campo. A reportagem de Bárbara foi publicada na Agência Universitária de Notícias (AUN), site laboratório feito pelos estudantes do 3° semestre de Jornalismo na disciplina de mesmo nome, ministrada pelo professor André Chaves de Melo.

Nessa disciplina obrigatória, voltada para o jornalismo científico, cada estudante escolhe uma unidade da USP e fica responsável por escrever e publicar reportagens de divulgação científica sobre as pesquisas e atividades realizadas por essa unidade.

O convite para a participação no prêmio veio de uma parceria entre a ABAG e o professor André, que orientará a produção e publicação das reportagens feitas pelos estudantes inscritos.

 

 


Imagem de capa: Divulgação/Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto