CAP | Departamento de Artes Plásticas

O conhecimento gerado pela experiência de algumas décadas de atividades, acumulada no CAP, se reflete na necessidade de atualização periódica. Devemos reconhecer que qualquer curso é diferente nas condições reais, em relação às estruturas acadêmicas. Como, aliás, a própria arte. Buscando respeitar os perfis que a prática vinha delineando, pela atuação de alunos e professores presentes no departamento, uma série de discussões internas, contínuas, com momentos de maior concentração, foi sugerindo alterações na estrutura acadêmica do departamento.

Fundado em 1971 apenas como licenciatura, logo se evidenciou que apesar desta limitação, formavam-se ali, além de professores de arte, também artistas e teóricos, alguns dos quais continuam atuando como professores do Departamento. Em 1990, com a abertura dos atuais bacharelados em Pintura, Escultura, Multimídia e Intermídia e Gravura, somando-se à Licenciatura, reconhecia-se oficialmente a legitimidade da formação de artistas na Universidade. Ao contrário da antiga estrutura, que só contava com disciplinas obrigatórias, a nova, em vigor até o momento, é bastante flexível, permitindo o transito entre os vários bacharelados e a Licenciatura, facilitando de tal modo a formação dos artistas e professores de arte. O desejo atual do Departamento de Artes Plásticas é ter apenas um bacharelado em Artes Visuais, definido pelo percurso do aluno nos anos de graduação, a Licenciatura, e possibilitar a dupla titulação. Já foi encaminhado um projeto com tais mudanças recentemente, para o qual aguardamos uma resposta positiva.

Está em curso, desde 2017, um projeto de transferir o Departamento de Artes Plásticas para as antigas dependências do MAC/USP da Cidade Universitária. Já existe um estudo para a reforma, que possibilitaria um espaço significativamente maior às nossas necessidades. Seria desejável e realizável que os novos espaços disponíveis se concretizassem em paralelo com a nova reforma curricular.

Este último projeto de alteração de nosso curso não é fruto apenas de discussões recentes, e se baseia na experiência de diversas décadas. Não provém de qualquer visão idealizada de um curso de arte, ou de abstrações baseadas em números e tabelas. Reconhece-se que a arte muda continuamente, de modos surpreendentes e imprevisíveis. Estruturas acadêmicas flexíveis e genéricas contemplam melhor as características desta área do conhecimento. Um curso de Artes Visuais, além das buscas dos professores, depende grandemente dos projetos e realizações dos seus alunos, que se revelam depois de feitos, e não há qualquer ganho pedagógico em direcionamentos a priori e controles excessivos.