Institucional

A estruturação da Escola de Comunicações e Artes

No ano de 1970, uma reforma universitária trouxe grandes mudanças para a Escola, como a criação de novos cursos, o estabelecimento de currículos mínimos para os cursos de comunicação social (de acordo com determinação do Conselho Federal de Educação), a mudança para o seu próprio espaço (que ocupa até hoje) e a alteração de nome: para Escola de Comunicações e Artes.
 
A primeira turma se formou em 1970. Nesta década, surgiram novos cursos como Artes Plásticas e, Música (que iniciaram suas atividades em 1971 e somados a Cinema e Teatro, formaram o conjunto das Artes), Publicidade e Propaganda e Editoração (ambos em 1972) e Turismo (1973). 
 
Em janeiro de 1974, os cursos de Comunicação Social e Biblioteconomia foram reconhecidos pelo MEC. Até então, a Escola não podia expedir diplomas aos alunos formados: eles recebiam apenas um certificado de conclusão de curso, que por vezes era insuficiente para que ocupassem cargos efetivos no meio profissional. Em março do mesmo ano, a ECA passou a oferecer também cursos no período noturno. 
 
Em 1976, foi criada a Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), que unificou o vestibular de todos os cursos da USP: até então, havia três exames diferentes, o CESCEM para biológicas, CESCEA para humanas (responsável pelo processo seletivo da ECA) e MAPOFEI para exatas. 
 
Diferentemente dos cursos de comunicação social, os cursos de artes não tiveram um currículo básico estabelecido pelo Conselho Federal de Educação; sua definição ficou a cargo do Departamento de Ciências da Comunicação. Assim, inicialmente, os cursos de Comunicações e Artes compartilhavam o mesmo ciclo básico, composto por quatro semestres: o primeiro, que abrangia comunicações e artes; o segundo, básico em comunicações; o terceiro, básico em artes e o quarto, que misturava disciplinas gerais com algumas já específicas do curso escolhido. Esse ciclo básico incluía disciplinas como Matemática Moderna, História Contemporânea, Antropologia e Arte Ocidental. 
Primeiros anos da ECA-USP. Fotos: Projeto Memórias da ECA/USP
 
Pós-graduação na ECA
 
A reforma universitária também trouxe mudanças para a pós-graduação, que passou a ser organizada nos níveis de mestrado e doutorado. Os programas de mestrado em Artes e em Ciências da Comunicação, criados em 1972, foram os primeiros de suas respectivas áreas no Brasil. Já os programas de doutorado em Artes e em Ciências da Comunicação iniciaram suas atividades em 1980, sendo o de Artes o único doutorado brasileiro na área por quinze anos.
 
A Escola destacou-se pela diversidade de temas investigados e de metodologias empregadas, recebendo alunos do Brasil todo e também do exterior, sobretudo de países da América Latina. Além disso, desde a década de 1980, a ECA mantém convênios com universidades de países como Estados Unidos, Espanha, Itália e Portugal, permitindo o intercâmbio de alunos e docentes para que participem de grupos de pesquisa, congressos e outras atividades. 
 
A ECA delineou áreas de concentração e linhas de pesquisa em um contexto no qual ainda não havia uma visão muito abrangente da Comunicação Social. No fim da década de 1980, a pós-graduação da Escola era responsável por 48% da pesquisa acadêmica do Brasil na área. 
 
Diante da produção acadêmica substancial realizada no período, a área de comunicações, que até então era vista como uma especialidade da sociologia, passou a ser reconhecida como autônoma por agências de fomento à pesquisa como FAPESP, CAPES e CNPq.
 
Em 1993, os cursos de pós-graduação em Artes e Ciências da Comunicação foram substituídos por Musicologia (mestrado), Artes Cênicas (mestrado e doutorado), Turismo (mestrado), Jornalismo (mestrado e doutorado) e Ciência da Informação e Documentação (mestrado e doutorado).

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