Como pesquisar e catalogar partituras? Biblioteca da ECA explica em manual gratuito
Publicação está disponível para download gratuito e traz normas próprias criadas e aperfeiçoadas por profissionais da área
Partituras podem ser documentos bastante delicados. Edições com poucas páginas, folhas soltas ou partes de execução em anexo são bastante comuns. A coleção da Biblioteca da ECA-USP contém manuscritos e partituras antigas, que devem ser arquivadas e conservadas adequadamente. A catalogação de partituras na Biblioteca segue normas próprias, que foram aperfeiçoadas ao longo dos anos pelas profissionais envolvidas no processo. Normas essas que obedecem princípios básicos de catalogação de documentos em bibliotecas, aos quais foram incorporadas convenções da área de música internacionalmente conhecidas e aceitas, e que foram reunidas no Manual de Catalogação de Partituras da Biblioteca da ECA, que está disponível para download gratuito.
Com autoria de Analúcia dos Santos Viviani Recine e Marina Macambyra, o Manual é uma produção do Serviço de Biblioteca e Documentação da ECA. “A ideia de lançar o manual surgiu do interesse que a metodologia de catalogação da Biblioteca da ECA sempre despertou entre profissionais da área e estudantes de Biblioteconomia”, informam as autoras na apresentação da obra. Além de normas de catalogação propriamente ditas, estão informações extraídas das partituras, padronizadas e registradas nos campos de uma base de dados. Há também tópicos sobre arranjo físico, conservação e recuperação da informação.
O Manual
Em sua terceira edição revisada, as novidades são: a simplificação das instruções, agora focadas em questões de âmbito mais geral e menos nas especificidades de procedimentos locais da biblioteca; a indicação dos campos do formato MARC para cada categoria de informação e a retirada da menção ao sistema de códigos para meio de expressão, autores e assuntos, que não são mais utilizados. O manual ainda informa que o material está automatizado desde 1978, lembrando que inicialmente era utilizada uma base de dados para computador de grande porte, que foi substituída em 1992 pela Acorde, criada pelo analista Ricardo Amaral de Faria. A base Acorde permaneceu disponível para consultas desde 2000 no site da Biblioteca até que seus registros foram transferidos para o Dédalus. Após a transferência, foi disponibilizada no site uma interface desenvolvida especialmente para a busca das partituras cadastradas no Dédalus.
Segundo as autoras, a regra geral para catalogação das partituras é que cada peça musical do acervo deve ser tratada individualmente, catalogada e cadastrada na base de dados, mesmo que integre um item físico com outras obras. Elas também informam que, no caso de coletâneas de obras de compositores diversos, ou de um único autor, mas compostas para instrumentos diferentes, devem ser cadastradas uma a uma na base; coletâneas de peças de um mesmo autor e com o mesmo meio de expressão devem ser tratadas num único registro, com nota de conteúdo. Ainda segundo elas, quando a partitura catalogada contiver obra completa, deve-se registrar apenas o título geral, como é o caso de O Lago dos Cisnes. E há muitos outros exemplos.
Entre as diversas partituras de música erudita e popular que podem ser localizadas no acervo da Biblioteca da ECA, estão Improviso nº 2, composta por Camargo Guarnieri; Seresta, de Edino Krieger, ambas criadas em homenagem a Villa-Lobos; In memorian Hans Eisler: para o povo da DDR, de Willy Corrêa de Oliveira, Brasiliana nº 5, de Osvaldo Lacerda, e The Guitar works of Garoto nº 1, do próprio Garoto, apelido de Aníbal Augusto Sardinha.
Faça o download gratuito do Manual de Catalogação de Partituras da Biblioteca da ECA.
Publicado originalmente no Jornal da USP.