ECA recebe novos funcionários na pós-graduação e na biblioteca
Formados na ECA, os três falam sobre carreira, primeiras impressões como funcionários e relembram dos tempos de estudos na Escola
No primeiro semestre de 2025, a ECA recebeu três novos funcionários. Agora, o Serviço de Pós-graduação conta com o trabalho de Bruna Garabito de Souza, técnica para assuntos administrativos, e a Biblioteca recebeu Edson Pedro da Silva e Amanda Pedrosa de Matos, ambos na função de bibliotecários. Os três contam sobre a surpresa e satisfação de voltarem como funcionários para a Escola onde se formaram, além de abordar suas trajetórias e expectativas.
Bruna Garabito de Souza
"Quando eu soube desses concursos, eu fiquei com muita esperança de voltar para o lugar que me formou."
Bruna Garabito de Souza, técnica para assuntos administrativos

Após saber de sua aprovação, Bruna diz ter ficado ansiosa para saber em qual unidade da USP ela iria trabalhar: “Quando eu soube que era na ECA, eu fiquei muito feliz! Porque era essa justamente a esperança, de voltar exatamente ali, onde tudo começou.”
Bruna é egressa do curso de Publicidade e Propaganda da ECA, onde esteve como aluna de 2009 a 2013, e, depois de formada, sempre desenvolveu trabalhos na área de educação. Ela já trabalhou na editoração de materiais didáticos, primeiro na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e depois no Serviço Social da Indústria (Sesi), adaptando conteúdos para linguagens próprias do ensino à distância e programando: “Foi quando eu aprendi web design e programação.”
Em seu cargo na ECA, Bruna participa de todas as dinâmicas que envolvem o serviço de pós-graduação, com foco no atendimento de estudantes no guichê, e-mail e telefone, atendendo solicitações como emissão de carteirinhas e diplomas. “Eu nunca tinha trabalhado numa área administrativa, mas ainda assim é dentro da educação, e tenho recebido muito apoio das pessoas do setor.”
Outro trabalho realizado por Bruna está relacionado a orientar estudantes sobre agendamento de defesas e depósito das dissertações e teses. “Eu tenho cuidado mais desse momento decisivo dos alunos, que é quando eles estão para defender. Então, tem todo esse diálogo com eles, às vezes até para tranquilizá-los.”
Uma das coisas que ela destaca sobre ser funcionária é poder estar na USP durante o dia e aproveitar o sol e a natureza, já que, como aluna, estava na universidade sempre no período noturno. Ela tem o hábito de fotografar a universidade nos intervalos e fala de forma bem humorada: “não sei se você já me viu por aí andando com uma câmera. Quando eu chego, antes de bater o ponto e no almoço, eu fico tentando tirar umas fotos, principalmente dos passarinhos (...) Eu falo que é um presencial que vale a pena.” Bruna afirma apreciar o contato com estudantes e professores, além de gostar do ambiente de forma geral.
Quando organiza os murais ou quando oferece as informações de auxílio aos estudantes, ela, às vezes, se lembra do período em que foi aluna, especialmente, de quando cursava a disciplina Design e Criação, ministrada pelo professor Heliodoro Teixeira Bastos Filho, o Dorinho, do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP) da ECA. A proposta de seu grupo ganhou e se tornou campanha de recepção da USP com o mote “Seu calouro tem muitas perguntas, não tenha dúvida na hora de ajudá-lo.” O trabalho pode ser conferido neste catálogo, publicado em 2024, em comemoração aos 25 anos de campanhas de recepção aos calouros.
Bruna também é mãe do Caetano, de 4 anos, que, segundo ela, vai ficar muito feliz quando vir a mãe na matéria. Além disso, ela planeja integrar-se à pós-graduação da ECA como aluna, futuramente, candidatando-se a uma vaga no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM).
Edson Pedro da Silva

O setor de tratamento da informação da Biblioteca da ECA agora conta com o bibliotecário Edson Pedro, que realiza a catalogação de materiais que o acervo recebe, como livros, DVDs, gravações e partituras. Esses materiais chegam através de doações ou por pedidos de compra dos departamentos. Ele também participa da catalogação do acervo digital, como TCCs e teses. “A ECA tem essa característica de ter uma diversidade de fontes (...). Então, é uma catalogação um pouquinho mais especializada, que eu estou me habituando aos poucos.”
Edson realizou sua graduação em Biblioteconomia pelo Departamento de Informação e Cultura (CBD) da ECA, de 1995 a 2000, uma época em que o curso era voltado para bibliotecas tradicionais de forma mais exclusiva. Mesmo assim, ele conta ter se sentido muito atraído pelo desenvolvimento da internet: “Eu achei que seria uma área que teria chances de expansão, exatamente por trabalhar com tratamento da informação.” Antes de assumir a função de bibliotecário na ECA, ele estagiou em biblioteca, trabalhou com o tratamento de informações de dados financeiros e com curadoria de conteúdo digital, com destaque para sua atuação no portal de buscas do Yahoo.
No início de sua atuação no portal, a internet ainda estava se popularizando. “Eu era uma espécie de bibliotecário virtual, trabalhando na indexação dos sites. A gente não tinha busca do Google, então tinha o diretório de sites e eu fazia essa seleção.” No tempo em que esteve no portal, foi criada uma redação, na qual foi um dos primeiros membros, trabalhando com curadoria de conteúdo, parcerias de conteúdo e depois na produção de vídeo. “Eu fiquei de 2002 a 2020 no Yahoo (...) tive o privilégio de fazer parte de um período importante da internet no Brasil”, ele avalia.
Em paralelo ao trabalho, Edson graduou-se em História na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), como bacharel e licenciado, e fez mestrado e doutorado, ambos pelo Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHS), dedicando-se à análise de minisséries televisivas e contando com a coorientação de Eduardo Morettin, do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR) da ECA.
Edson sentiu que era o momento de olhar para a sua carreira e pensou: “Me tornar bibliotecário de uma instituição vai ser interessante, porque eu vou ter um propósito. Vou estar trabalhando com o mundo acadêmico, que eu tô super acostumado, por tanto tempo que estou na USP". Além do resultado do concurso, o local de trabalho também o alegrou: "Eu, não tinha ideia de que ia acabar vindo trabalhar na ECA. Foi uma surpresa boa para mim, por eu ter feito a graduação aqui (...). Passei no concurso e me tornei mais um funcionário da ECA, 30 anos depois de ter ingressado como aluno.”
Ele sempre sonhou em trabalhar com internet e vê com satisfação a transformação de sua área, antes focada em bibliotecas físicas. Segundo ele explica, “você também tem que saber lidar com a parte eletrônica, principalmente agora que tem inteligência artificial. É uma série de ruídos para saber se aquela informação faz sentido, tem legitimidade, autoridade…”
Uma das coisas que deixou Edson entusiasmado sobre o concurso foram as cotas para pessoas pretas, pardas e indígenas (PPI):
"Quando eu prestei vestibular na USP, não tinha cotas. Eu me sentiria mais à vontade na USP de hoje do que na de 95, quando entrei, porque tem muito mais gente parecida comigo (...) Tá diferente de quando eu entrei, num sentido positivo, muito mais diverso."
Edson Pedro da Silva, bibliotecário
Ele percebe a biblioteca como um espaço que oferece diferentes experiências na vida universitária, com um acervo rico e diverso, que inclui itens como discos e filmes em DVD , que podem ser apreciados na própria biblioteca. Em seus primeiros meses de trabalho, ele notou que a ECA sofreu diversas transformações na estrutura física e se diz ansioso para acompanhar as mudanças que estão por vir.
Amanda Pedrosa de Matos

Amanda é bibliotecária e chegou, através do processo seletivo mais recente para trabalhar no setor de referência, onde realiza atendimento ao público na seção de treinamento e divulgação. Majoritariamente são atendidos os usuários da ECA, entre estudantes, docentes, pesquisadores e funcionários, “mas nós somos uma universidade pública e gratuita e podemos atender usuários externos, também”, complementa, esclarecendo que os atendimentos são abertos a qualquer pessoa que faça uma solicitação.
As propostas de treinamento vão desde como realizar buscas no acervo da biblioteca até como estruturar um projeto de pesquisa, além de orientações sobre como utilizar as fontes de pesquisa que a USP proporciona. No atendimento, ela também oferece auxílio específico para “localizar uma informação que o usuário acredita que pode estar num periódico antigo, mas não sabe de qual volume, ou como fazer uma pesquisa para saber se nós temos uma publicação impressa ou digital sobre um determinado tema.”
Amanda fez Biblioteconomia na ECA entre 2014 e 2018, mestrado no Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA), com orientação do professor Eduardo Vicente (CTR) e agora está em doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI), orientada pelo professor Rogério Mugnaini (CBD).
“A minha relação com a ECA é muito especial, porque há 11 anos eu cheguei aqui como aluna e agora estou voltando como servidora. É como se estivesse devolvendo tudo que aprendi, e quando soube que viria para cá, foi muito significativo para mim.”
Amanda Pedrosa de Matos, bibliotecária
Em sua trajetória profissional, Amanda estagiou com atendimento em biblioteca na Faculdade Cásper Líbero e, também, na Rádio USP, onde realizava pesquisa bibliográfica de música, oferecendo suporte aos jornalistas na produção de roteiros e escolha de músicas. Ela diz que “é um trabalho que tem a ver com nossa área, mas a gente não pensa que vai ter um bibliotecário fazendo isso.” Além disso, enquanto estava no mestrado, fez parte de um projeto da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, onde participou da produção de um blog que discute a presença de mulheres na Economia.
Amanda chegou a trabalhar como bibliotecária no Colégio Franciscano Santa Isabel e, na mesma função, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no setor de referência, auxiliando os usuários no acesso e tratamento da informação e pesquisa em bases de dados, onde desenvolveu boa parte de seus conhecimentos técnicos que, segundo ela conta, têm sido muito úteis no trabalho na ECA.
Apesar de gostar da FGV, Amanda sempre teve o serviço público como propósito. Em fevereiro de 2024, a USP lançou o edital para contratação de bibliotecários. “Eu tava num momento muito legal da minha vida profissional, mas eu queria algo que, para mim, seria ainda maior.”
Uma das coisas que Amanda valoriza no trabalho é o contato com estudantes e pesquisadores, quando ela oferece treinamento e, ao mesmo tempo, se mantém em contato com temas de pesquisa atuais. Ela diz gostar dos momentos de atendimento aos estudantes de graduação, pois, segundo ela, “eles têm as mesmas dúvidas que eu tinha e a gente acaba conversando sobre a trajetória acadêmica e a vida profissional na biblioteca. Isso para mim é algo que não tem preço.”
Amanda considera muito importante seu processo de educação formal e os estímulos nos estudos que recebeu no ambiente universitário, que contribuíram para o seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Ela completa dizendo que “hoje é isso que eu quero trazer para os estudantes, principalmente, os que mais precisam. E ser um apoio na formação de todos.”