Encontro de funcionárias discute saúde mental no ambiente de trabalho

Projeto Redes de Bem-Estar visa a valorização das pessoas que trabalham na ECA e a criação de espaços de convívio
 

Comunidade
funcionários
cip
PRIP
inclusão e pertencimento
cipa
gestão

No dia 26 de setembro, aconteceu a primeira atividade do Redes de Bem-Estar, com o tema saúde mental dos trabalhadores. A série de encontros tem como objetivo a construção do pertencimento associado ao bem-estar físico, mental e social dos servidores técnico-administrativos, a melhoria do ambiente de trabalho e a integração entre os funcionários, por meio de debates temáticos e da criação de um espaço comum de convívio. Com apoio da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip) por meio do edital Prip 04/2023, o projeto foi elaborado coletivamente e submetido por representantes das funcionárias e funcionários da ECA em diversas instâncias:

  • Conselho de Diretores de Base (CDB) do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp); 
  • Conselho Técnico Administrativo (CTA) da ECA;
  • Congregação da ECA; 
  • Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da ECA;
  • Grêmio da ECA.

Entre as conquistas do projeto, destaca-se a aquisição de 40 cadeiras de praia, objetos leves que podem ser facilmente transportados, e que serão utilizados para acomodar as pessoas sentadas confortavelmente nos encontros previstos. A ideia da compra levou em conta que essas cadeiras restarão como legado para as atividades futuras de funcionárias e funcionários. 

Para o primeiro encontro, foram convidados Rodrigo Chica, professor de Yoga, que conduziu uma prática de respiração, e Filipe Buchmann, psicólogo do Programa Ecos, que abriu a conversa sobre saúde mental. Durante o encontro, as funcionárias e funcionários falaram sobre o dia a dia na USP, o retorno ao trabalho presencial após a pandemia e não evitaram temas polêmicos, como o estresse com o processo instaurado para a  avaliação de desempenho e a ausência de encaminhamentos adequados para casos de intolerância e assédio.

 

Um encontro para respirar e conversar

 

“O que vem à cabeça quando você relaciona a convivência com colegas no trabalho à sua saúde mental?”

Filipe Buchmann, psicólogo

 

Dispostos em um círculo de cadeiras de praia no saguão do Prédio Central, o grupo, composto em sua maioria por mulheres, experimentou a prática de  pranayamas, técnica respiratória da yoga que ajuda no equilíbrio físico e mental. Para o professor Rodrigo Chica, a respiração pode ser uma aliada no controle do estresse e da ansiedade. De acordo com Rodrigo: “assim como o nosso estado mental influencia a forma como respiramos, a respiração pode também afetar tais estados”.

 Foto de grupo de pessoas em círculo. Na imagem aparecem cerca de seis pessoas, algumas de frente e outras de costas, todas com o tronco inclinado para seu lado esquerdo. No fundo, uma parede repleta de cartazes coloridos.
A atividade contou com a presença de mais de 20 pessoas, entre funcionárias, funcionários e estagiárias, e começou com um exercício de respiração. Foto: Weslley Andrade/LAC ECA USP. 

A percepção de um “adoecimento mental generalizado” após o retorno da pandemia foi um dos temas abordados pelas funcionárias. Vale lembrar que essa proposta de realizar um ciclo de atividades itinerantes pelos departamentos da ECA surgiu como resposta às “queixas relacionadas à sensação de isolamento e de não pertencimento ao local de trabalho”, conforme consta no projeto contemplado pelo edital da Prip.

Para Filipe, ter um protocolo de saúde ajuda, mas não é suficiente para dar conta desse problema, já que o desaparecimento de espaços de convivência ao longo dos últimos anos associado ao acúmulo de tarefas e às condições de trabalho têm sido fatores para a deterioração da saúde mental na universidade. Sobre a avaliação de desempenho em curso, algumas falas destacaram que a forma como foi instaurado o processo cria um ambiente de insegurança e competitividade, que não é bom para a saúde mental nem para o convívio entre trabalhadores.

O evento do dia 26 foi o primeiro dos quatro encontros programados  e terminou com avaliação positiva dos convidados e também das participantes, que o consideraram uma oportunidade para “ouvirem e serem ouvidas”. Por ser um projeto itinerante, as reuniões não têm local fixo e isso tem o intuito de ampliar a participação, possibilitando a pessoas que não costumam aderir a atividades como essas que experimentem se integrar com as colegas. 

 Foto de três homens sentados em cadeiras de praia lado a lado. À esquerda, há um homem pardo de cabelos curtos e cavanhaque grisalhos, camiseta azul clara, calça jeans e tênis. No centro, há um homem pardo de cabelos e barba longas e escuras, que usa óculos, veste camiseta vermelha, shorts azuis e tênis. À direita, há um homem branco de cabelos e barbas curtos e escuros, que usa óculos, vestindo camiseta vermelha, calça jeans e tênis.
Da direita para a esquerda, o psicólogo Filipe Buchmann, o professor de yoga Rodrigo Chica e o funcionário da ECA Agostinho Gonçalves. Durante a conversa,  foi ressaltada a importância do apoio entre os funcionários e da promoção de espaços e situações de convívio.  Foto: Weslley Andrade/LAC ECA USP.

O próximo encontro já está marcado para 30 de outubro às 14h, em local a ser anunciado, e abordará o tema letramento sobre diversidade, enquanto os últimos, ainda sem data marcada, acontecerão nos meses de novembro e  dezembro, sendo uma visita aos departamentos da ECA com o intuito de mapear espaços de convivência existentes e potenciais e, por fim, a realização de um mutirão para construir um redário em uma área comum na Escola. 

Além desse espaço com as redes para descanso, que inspira o nome escolhido para o projeto, as funcionárias mencionaram no encontro suas próximas ambições. Entre elas, com discussões em andamento com a direção e um abaixo assinado com a adesão da quase totalidade das funcionárias e funcionários da Escola, está a demanda por um espaço de convivência amplo para alimentação e descanso nos intervalos da jornada, que chega a 11h diárias com a compensação de horas referentes a feriados prolongados e ao recesso de final de ano. A ideia é que esse espaço seja compartilhado com funcionárias e funcionários terceirizados no prédio que está sendo reformado para abrigar a Criateca.
 

 

 


Foto de capa: Weslley Andrade/LAC ECA USP.