Da sátira à oratória sacra: livro aborda os gêneros literários do Brasil colônia
Jean Pierre Chauvin é co-organizador da obra As Letras na Terra do Brasil, lançamento que busca preencher lacuna na crítica brasileira
No dia 21 de setembro, às 18h, será lançado o livro As Letras na Terra do Brasil, organizado por Jean Pierre Chauvin, docente do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE), e Marcelo Lachat, que leciona Literatura Portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O lançamento da obra, que será publicada pela Ateliê Editorial, acontece no Centro de Estudos das Literaturas de Língua Portuguesa (CELP), localizado na sala 101 do prédio de Letras da FFLCH.

A ideia para o livro surgiu de uma inquietação dos professores, que consideravam existir uma lacuna na crítica brasileira em relação aos gêneros discursivos do nosso período colonial. Eles, então, chamaram estudiosos especializados nos gêneros mais comuns daquele tempo e dividiram a autoria do capítulo inicial, no qual discutem as origens do Estado brasileiro.
O livro reúne os artigos desses especialistas, que mostram a diversidade temática e formal dos diferentes gêneros, indo da sátira à oratória sacra. As reflexões buscam problematizar e questionar os parâmetros tradicionais que a crítica usava para se referir ao período, que acabavam sendo limitados pela ausência de categorias que só iriam surgir no século XVIII.

Várias obras e autores da época são abordados ao longo do livro, como os clássicos épicos de Bento Teixeira, Santa Rita Durão e Tomás Antônio Gonzaga. Lyra Sacra e Música do Parnaso, de Manuel Botelho de Oliveira, poeta barroco nascido em Salvador, também são comentadas. De Gregório de Matos a Antônio Vieira, As Letras na Terra do Brasil traça um panorama amplo e detalhado da literatura colonial.