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Conheça os novos docentes da ECA

Novas professoras e professor, em carreiras diversas, falam de suas trajetórias e expectativas para a docência na Universidade

Comunidade

Desde o início do segundo semestre de 2024, já é possível identificar novos rostos circulando pela ECA. Há alguns meses, chegaram à escola Escola: Clarissa Ribeiro, integrando o corpo docente do Departamento de Artes Plásticas (CAP), Dayana Melo, no Departamento de Comunicações e Artes (CCA), Flavia Albano, no Departamento de Música (CMU), e Marcelo Muller, no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR)

A seguir, conheça as trajetórias acadêmicas e expectativas para o trabalho na ECA de cada um.
 

Clarissa Ribeiro (CAP)

Recém chegada de Fortaleza (CE), Clarissa Ribeiro veio à capital paulista para integrar o quadro de docentes do CAP. Natural de Visconde de Rio Branco (MG), é graduada em Arquitetura pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV), com estágio pós-doutoral pelo programa Capes-Fullbright na Universidade da California em Los Angeles (UCLA).

Foto de uma mulher branca sorrindo. Ela tem cabelos lisos, castanhos e longos, olhos castanhos, veste casaco verde e tem um piercing na sobrancelha. Ao fundo, há um prédio com a placa “CAP” em verde.
Imagem: arquivo pessoal/ Clarissa Ribeiro

A nova professora leciona neste semestre as disciplinas Linguagem Gráfica (CAP0209) e Computação Gráfica (CAP0288), integra o Art|Sci Collective (Coletivo Arte|Ciência, em tradução livre) da UCLA e, quando realizou seu doutorado no CAP, fez parte do grupo Poéticas Digitais. Sua linha de pesquisa é focada na fabricação digital, modelagem algorítmica com uso de dados, computação física, cibernética e sociedade, arte, ciência e tecnologia, behaviorismo, entre outros. Atualmente, faz parte do grupo de pesquisa Realidades e também é diretora do Roy Ascott Studio Advanced Program in Technoetics Arts (Estúdio Roy Ascott - Programa Avançado em Artes Tecnoéticas, em tradução livre) em Xangai, na China, onde morou de 2015 a 2022.

Clarissa vê muito potencial na Universidade para o estabelecimento de vínculos entre as ciências e as artes e quer encontrar novos caminhos para concretizá-los. “A gente tem focos de quimera aqui na USP. A galera tá fazendo experimentos, crescendo rins suínos para transplante. Tem tudo isso aqui no campus. Por que a gente não tem uma linha mais robusta de ação e de pensamento conectando o Departamento de Artes Visuais com a parte científica?”, questiona. 

Falando sobre as expectativas para seu trabalho na ECA, a docente mostra-se animada. “Espero que eu consiga propor disciplinas e me vincular à pós [graduação]. É a primeira vez aterrissando aqui, mas já estou tentando encontrar uma maneira de entender como tudo funciona e quais as possibilidades para ampliar a conversa”. Antes de vir para a ECA, Clarissa era professora da Universidade de Fortaleza (Unifor) e lá organizou as Laser Talks (Leonardo Art Science Evening Rendezvous), — rodas de conversa que reúnem artistas e cientistas do mundo inteiro para falar de arte e tecnologia —  evento que pretende trazer à USP.

 

Dayana Melo (CCA)

Dayana Melo é graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e em Ciências Sociais pela USP, mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas pela UFPB, doutora em Sociologia pela Université Sorbonne Paris Cité e pós-doutora pela ECA e pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA). Seus temas de pesquisa estão relacionados aos estudos das tecnologias digitais em rede, territorialidades e interseccionalidades.

Foto de  uma mulher negra sorrindo. Ela tem cabelos cacheados e castanhos, na altura do ombro, olhos castanhos, veste blusa branca com terno xadrez preto, vermelho e branco, usa uma corrente dourada, batom e óculos de armação preta. O fundo é verde claro.
Imagem: arquivo pessoal/ Dayana Melo

Na ECA, Dayana se torna docente do CCA em junho de 2024 — e não é a primeira vez que exerce essa função por aqui. Entre março de 2021 e dezembro de 2022, atuou como professora contratada, lecionando as disciplinas Trabalho de Conclusão de Curso II, Fundamentos de Sociologia Geral e da Comunicação (CCA0258) e Teoria da Comunicação (CCA0255)

Atualmente, a professora leciona as disciplinas Comunicação e Processos de Subjetivação (CCA0278), Atividades Teórico-Práticas de Aprofundamento IV (CCA0301) e Diversidade Cultural e Educomunicação: a Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena (CCA0286).

Voltando para um ambiente conhecido, Dayana espera contribuir para o fortalecimento de um ambiente acadêmico mais inclusivo e acolhedor. De acordo com ela: “no qual a busca pela equidade socioeconômica, educacional, territorial, étnico-racial e de gênero não esteja dissociada da busca pela renovação das lógicas de pesquisa e da valorização de formas plurais de saber, ser e estar no mundo”.

 

Flavia Albano (CMU)

Foto de uma mulher branca sorrindo. Ela tem cabelos ondulados e castanhos com luzes, na altura dos ombros, olhos castanhos, veste uma blusa amarela de manga comprida, usa um anel dourado na mão, apoiada sob o queixo. O fundo é preto.
Imagem: arquivo pessoal/ Flavia Albano

A docente recém-chegada no CMU, Flavia Albano, leciona disciplinas da habilitação de Canto e Arte Lírica do curso de Música. Ela é bacharel em Canto Erudito e licenciada em Música pela Faculdade de Música Carlos Gomes (FMCG), formada em Artes Dramáticas pelo Teatro Escola Macunaíma e é doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Na habilitação em Canto e Arte Lírica, a professora leciona disciplinas tutoriais para 11 alunos diferentes e pode orientar Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). Além disso, faz a preparação vocal do Coro de Câmara Comunicantus. 

Flavia também é mestre e especialista em ópera pela Royal Northern College of Music, em Manchester, na Inglaterra, e tem grande interesse em expandir essa área de ensino no ambiente ecano. “Queria criar um curso de extensão de ópera dentro do CMU”, projeta.

Docente desde a época em que cursava licenciatura, em 2002, Flavia comenta que a área da educação, pesquisada em seu doutorado, também tem forte influência no seu trabalho: “acabei me apaixonando pela gestão acadêmica”. Antes de iniciar sua docência na ECA, em julho, ela foi professora na Universidade Federal da Bahia (UFBA) por sete anos. 

Em relação às expectativas para seu trabalho na ECA, Flavia expressa entusiasmo: “eu gosto muito da parte de dar aulas e quero, cada vez mais, estar integrada no curso”. Também tem interesse em participar dos conselhos que compõem a Escola, como a Congregação. Ela ocupa, no CMU, a vaga de docência que antes era de Francisco Campos, que se aposentou recentemente, e diz que espera estar à altura do trabalho que o professor realizou.
 

Marcelo Muller (CTR)

Marcelo Muller inicia a docência no CTR em outubro. Ele se muda do Ceará, onde lecionava na Unifor, mesma universidade de onde vem Clarissa, para a capital paulistana: “tenho a sensação de que estou voltando para casa”. 

Foto de um homem branco. Ele tem cabelos ondulados, castanhos, barba curta, olhos castanhos, veste camisa branca e usa óculos de armação preta. Ele está sentado em um ambiente com cadeiras pretas estofadas. Ao fundo, há três fileiras de cadeiras e quatro pessoas sentadas, e uma parede vermelha.
Imagem: arquivo pessoal/ Marcelo Muller.

Ao longo de sua trajetória profissional, Marcelo mesclou a docência com a carreira artística. Foi diretor e roteirista do filme Eu te levo (2016) e dos curtas Bendita TV (2001) e São Paulo Railway (2010), co-autor e roteirista da série Brilhante F.C. (2011) e roteirista de Infância Clandestina (2012) e Curral (2020). Foi o único roteirista brasileiro a receber o Prêmio Coral de Roteiro Inédito de Havana — por Infância Clandestina, em 2009 — importante festival da área. 

O mais novo professor do CTR já colaborou nas salas de aula da graduação durante suas pós-graduações na ECA. Fez mestrado em Ciências da Comunicação, pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) e doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA). Sua volta ao Departamento lhe traz alegria: “eu colaborei algumas vezes na ECA com professores meus que eu admirava muito e uma das maiores alegrias que eu tenho é que, agora, eles vão ser colegas”.

Marcelo tem sua linha de pesquisa desenvolvida em torno das poéticas do cinema e das maneiras de fazer filmes. Pesquisa, principalmente, Cinema de Realidade Virtual e Inteligência Artificial (IA) Generativa nas Artes, e sua volta para a ECA tem muita relação com esses temas. 

Em 2022, foi aprovada a criação de novas disciplinas voltadas ao estudo da IA, que buscam apresentar noções essenciais sobre o tema e garantir que o estudante domine esse conhecimento e se torne um profissional habilitado a lidar com essa tecnologia em seu cotidiano de trabalho. Marcelo foi o candidato selecionado para ministrar as disciplinas Introdução à Inteligência Artificial (CTR0816), Visão Computacional I (CTR0814) e Visão Computacional II (CTR0815). São optativas que serão oferecidas para os cursos de graduação em Audiovisual, Artes Cênicas, Artes Visuais e Música. 

As expectativas para o trabalho na Escola atingem um local emotivo para Marcelo. Ele espera um reencontro afetivo muito grande e busca construir um espaço importante para a comunidade de estudantes: “uma coisa que eu achei interessante é que as disciplinas não são apenas para o Audiovisual, os grupos vão ser múltiplos e vão ser compostos por estudantes de Audiovisual, de Cênicas, de [Artes] Visuais e de Música. Durante toda a minha trajetória na ECA foi difícil encontrar pontos de encontro entre estudantes de diversos cursos, e era algo que eu sempre queria que tivesse. Espero estar à altura de contribuir na minha função de também integrá-los”.

 

 


Imagem de capa: montagem de Isabel Briskievicz Teixeira com fotos de acervo pessoal dos docentes.