Doutoranda da ECA é premiada por documentário no IndieCork Film Festival

Dirigido por uma brasileira e uma mexicana, filme Vai e Vem está em cartaz e aborda questões de comunicação e sororidade 


 

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 Cartaz de divulgação do filme. A imagem vertical  se divide em duas partes; na superior, está uma montanha com o letreiro de Hollywood com parte um rosto com a boca aberta à direita e um olho na cor vermelha à esquerda. Também estão as palavras “vai e”. A porção  inferior da imagem tem uma  pessoa de vestido laranja segurando uma câmera de vídeo, algumas silhuetas de pessoas em laranja e de uma mão em azul e uma cidade ao fundo. Nesta parte lê-se a palavra “vem”. Informações do filme e logotipos de apoio, patrocínio e festivais estão distribuídas em ambas partes.
Cartaz de divulgação do filme Vai e Vem. Imagem: reprodução/ Boulevard Filmes e Vitrine Filmes.

O documentário Vai e Vem foi premiado na edição de 2023 do IndieCork Film Festival, que tem como objetivo principal apoiar projetos cinematográficos independentes. A produção já havia sido o filme de abertura do festival Olhar de Cinema e foi selecionada em mais de 20 festivais ao redor do mundo, como o Sheffield Doc/Fest, o Queer Lisboa, e o EQUIS Festival de Cine Feminista de Ecuador, entre outros.

Dirigido por Chica Barbosa e por Fernanda Pessoa, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) da ECA, o filme surgiu de uma discussão e compartilhamento de ideias entre as duas amigas. Elas observaram o quão semelhantes os governos de seus países de residência eram em relação à crise sanitária que acontecia em 2020. Com a distância, a dupla tinha o desejo de compartilhar a situação em que se encontravam, Fernanda no Brasil e Chica nos Estados Unidos. “O filme surge de uma necessidade real de nos comunicarmos,” conta Chica. Assim, Vai e Vem tem a sororidade como temática principal.

 

Apesar disso ter sido sempre muito importante na minha vida, o filme reforçou essa noção para mim. O processo colaborativo da criação cinematográfica foi muito importante também. Sinto que para nós duas, esse pode ser o caminho para filmes experimentais e feministas: menos individualistas, com colaboração e autorias abertas.
 

Fernanda Pessoa, doutoranda do PPGMPA

 

A imagem mostra uma mulher branca entre os 20 e 30 anos, com cabelo acima do ombro de cor castanha, vestindo uma camiseta de cor cinza clara e gola alta, recostada em um tronco de árvore e olhando para a câmera.

Fernanda Pessoa, codiretora do longa Vai e VemImagem: Pétala Lopes/Flicker

Fernanda conta que o filme foi um dos motivos pelos quais resolveu ingressar em seu doutorado. “Ela [a pesquisa] surgiu durante a realização do filme, quando comecei a pesquisar o cinema experimental feito por mulheres na América Latina e descobri que havia pouca bibliografia sobre isso.” Hoje, a diretora pesquisa o cinema experimental de Narcisa Hirsch e Vivian Ostrovsky na ECA.

A coletânea de textos Women’s Experimental Cinema, de R. Blaetz, foi a obra que serviu de base para os experimentos que resultaram no filme. A ideia era que as duas diretoras lessem a obra por completo, se comunicando apenas por vídeo-cartas inspiradas pelas mulheres citadas na coletânea.

Mas, apesar de ter inspirado o início do longa, a obra não contempla uma ampla diversidade de realizadoras. Por isso, a dupla de diretoras foi em busca de mais alguns nomes que pudessem abarcar também o cinema negro e latino feminino.

Conforme conta Chica, a produção de Vai e Vem teve um papel transformador em suas vidas pessoais e profissionais e as inspirou a continuar “explorando a liberação feminista através de filmes”. As cineastas pretendem prosseguir e se aventurar em outras produções do gênero.

Com distribuição da Boulevard Filmes e codistribuição da Vitrine Filmes, Vai e Vem chegou aos cinemas brasileiros em 16 de novembro e segue em cartaz. Em São Paulo, está sendo exibido no espaço Itaú Augusta.

Veja a sinopse e mais detalhes sobre a produção no site da diretora Fernanda Pessoa.
 

 


Foto de capa: Divulgação