CCA | Departamento de Comunicações e Artes



Como a telenovela pode ser um recurso para promoção da cidadania no Brasil?

Com participação de 11 instituições nacionais, projeto de pesquisa sediado na ECA é aprovado em edital do CNPq e terá como estudo de caso o remake da novela "Pantanal"

Vida acadêmica
Foto de uma jovem branca, de cabelos longos, castanhos e ligeiramente ondulados, agachada em cima do tronco de uma árvore. Ela veste um vestido estampado em tons de cinza, verde e vermelho escuros. Ao fundo, a imagem de rio e arvores
A atriz Alanis Guillen como Juma no remake de Pantanal. Foto: TV Globo/Divulgação

O projeto de pesquisa A ficção televisiva brasileira como recurso de promoção da cidadania foi uma das 190 propostas contempladas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) dentro da Chamada Pública Pró-Humanidades. Trata-se de um projeto coletivo, desenvolvido junto à Rede Obitel Brasil que, há mais de 15 anos, desenvolve pesquisas sobre a ficção televisiva brasileira. A proponente é a professora Maria Immacolata Vassallo de Lopes, coordenadora do CETVN (Centro de Estudos da Telenovela) e professora sênior do Departamento de Comunicações e Artes (CCA).

São dois grandes eixos de investigação:

  • no primeiro eixo, a proposta é realizar uma metainvestigação sobre todas as pesquisas desenvolvidas pela Rede Obitel até o momento a fim de cartografar as metodologias, teorias e resultados obtidos em tais trabalhos, e evidenciar  seus vínculos interseccionais com a educação, a cultura, as juventudes, a sustentabilidade, entre outros. A partir da realização dessa metainvestigação, o objetivo é desenvolver e tornar pública uma plataforma multimídia da Rede Obitel Brasil.
     
  • no segundo eixo, a novela Pantanal, que foi ao ar em 2022 na TV Globo, é objeto de estudo da pesquisa. O projeto quer tomar a novela Pantanal, que alcançou bons índices de audiência e repercussão nas redes sociais, como um exemplo da tese de que a telenovela, no Brasil, é um recurso comunicativo fundamental na construção do espaço público nacional

A partir do acervo de pesquisas da Rede Obitel, o projeto pretende sistematizar os temas que representam grandes desafios e problemas sociais brasileiros e que estão presentes nas tramas da teledramaturgia nacional. Com a análise da novela Pantanal, visa identificar quais são as temáticas cidadãs emergentes na sociedade brasileira, além de observar a relevância desse tipo de obra para a disseminação, debate e subsídio de políticas públicas relacionadas às questões sociais escolhidas. Além disso, o projeto prevê a elaboração de seminários e workshops a fim de debater a ideia da novela como recurso comunicativo para a promoção da cidadania.

O projeto teve seu início em dezembro de 2022 e terá cerca de 24 meses de duração, tendo a ECA e a USP como sua principal sede de execução, mas contando com a parceria de mais universidades como colaboradoras, entre elas a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Anhembi Morumbi (UAM), Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Sobre a Rede Obitel

A Rede Obitel Brasil é um braço do Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva (Obitel), criado em 2005 e formado por 11 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos hispânico, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. A rede realiza o monitoramento da ficção televisiva e da teledramaturgia nesses países, promovendo pesquisas acadêmicas sobre o campo, em diálogo com o mercado e com o planejamento institucional, e ampliando o conhecimento de aspectos como a produção, o consumo e circulação da teleficção nas nações integrantes.

No Brasil, a Rede Obitel é composta por dez grupos de pesquisa, congregando pesquisadores sêniores e doutores de Programas de Pós-Graduação em Comunicação oriundos de 11 instituições diferentes com abrangência nacional.

 

 


imagem de capa: TV Globo/ Divulgação