Institucional



Docentes da ECA coordenam debates e criação de políticas para Cultura e Artes

Programa Eixos Temáticos, da Reitoria, busca transformar a USP em promotora de soluções para problemas sociais e desafios do desenvolvimento sustentável
 

Vida acadêmica
Foto em preto e branco de um homem branco e idoso, segurando um microfone. Ele veste um paletó claro e uma camisa preta. Ele tem cabelos ralos e grisalhos.
Professor Martin Grossmann. Imagem: ECA

Há alguns meses, a Reitoria da USP lançou o Programa Eixos Temáticos (ProETUSP), que busca aproximar a Universidade da sociedade através de soluções interdisciplinares capazes de gerar políticas públicas. A iniciativa se divide em 11 eixos temáticos, definidos de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

As diretrizes do ProETUSP estabelecem dois professores para a coordenação de cada eixo, o qual também pode contar com a participação de mais 10 docentes de quaisquer institutos, um pós-doutorando e estudantes de mestrado e doutorado. Os professores do Departamento de Informação e Cultura (CBD) Martin Grossmann e Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira são os coordenadores do Eixo Temático Cultura e Artes, que também conta entre seus membros com Esther Hamburger, do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), e Luiz Claudio Mubarac, do Departamento de Artes Plásticas (CAP). 

Como a interdisciplinaridade é um pilar do programa, esse eixo é integrado ainda por docentes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e da Faculdade de Educação (FE). Em uma carta de intenções divulgada no Jornal da USP, esses estudiosos chamam a atenção para a importância da cultura e das artes na preservação da democracia. Uma melhor compreensão dessa área tão complexa englobada pelo eixo faz-se necessária para a transformação das questões sociais. 

 

Cartaz com os 17 ODS. Cada um deles está representado por um quadrado colorido, que contém um número e um desenho que representa o objetivo em questão, além do seu próprio nome. Na parte superior, em azul, está escrito “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, ao lado do logo da ONU. Na parte inferior direita, o mesmo padrão se repete, apenas em escala menor.
O ProETUSP foi concebido de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.  O Eixo Cultura e Artes se relaciona com os objetivos 4 (Educação de Qualidade), 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação). Imagem: Reprodução/ONU

 

 

Eles também consideram a interculturalidade um princípio crucial para um futuro integrado e solidário. Na carta, afirma-se que esse conceito “define uma perspectiva, descreve processos e estimula práticas de interação entre culturas que reconhecem a diferença e trabalham em favor da eliminação das desigualdades”. A interculturalidade propõe um diálogo cultural que acaba com a subordinação, enquanto reconhece a existência de desigualdades.  

 Foto em preto e branco de uma mulher branca e idosa, de cabelos pretos e curtos, sentada em uma cadeira. Ela olha para a frente e veste um casaco fino por cima de uma blusa. Ao fundo, a parede está coberta por um papel preto e estampado.
Professora Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira. Imagem: ECA

A professora Lúcia afirma que o ProETUSP pretende criar uma ponte entre os anseios sociais e a produção acadêmica, gerando um intercâmbio benéfico para ambas as partes.

 

Essa aproximação da USP com a sociedade é uma via de mão dupla, portanto, aquilo que virá como interpelação da sociedade e da universidade é um elemento fundamental para que a universidade também se questione, se transforme, se democratize

 

Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira, uma das coordenadoras do Eixo Temático Cultura e Artes

 

O pós-doutorando que obteve a vaga no Eixo Cultura e Artes foi Victor Hugo Neves de Oliveira. Professor do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Victor está pesquisando o seguinte tema: Perspectivas antirracistas como práticas de encantamento: nota sobre produções cênicas afro-indígenas. Lúcia ressalta que o desenvolvimento do estudo caminha junto com os objetivos do programa, de modo que Victor e seus outros colegas pesquisadores possam interagir e se beneficiar dos achados desta pesquisa e de outras ações do programa. 

Ela aponta que uma das ações do eixo é a realização de encontros que promovam diálogos com atores diversos da sociedade, a fim de que “a gente (USP) possa pensar essa questão da cultura e das artes e ouvir pessoas que estão no campo e que possam nos dar subsídios para essa discussão”. Afinal, é fundamental que uma instituição pública como a USP dialogue da maneira mais ampla e diversa possível, sobretudo quando se trata de contribuir para a formulação de políticas públicas. 
 

 

 


Foto de capa: Mariana Chama