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Desafios do Ensino Remoto em Tempos de Pandemia: docentes da ECA compartilham experiências

Em evento, docentes da ECA compartilham experiências de ensino durante o primeiro semestre, marcado pela suspensão das atividades presenciais devido à pandemia de covid-19

Comunidade

Nos dias 27 e 28 de agosto, a Diretoria da ECA promoveu o encontro Ensino Remoto em Tempos de Pandemia, durante o qual professores e professoras da Escola se reuniram para compartilhar estratégias e vivências com o ensino remoto. Desde o dia 17 de março, as aulas presenciais estão suspensas nos campi da USP devido à pandemia do novo coronavírus.

“Uma coisa que tem sido muito difícil é falar com o computador o dia inteiro”, revelou o vice-reitor da USP e professor do Instituto de Física de São Carlos, Antônio Carlos Hernandes, aos docentes da Escola. Também participaram da abertura do evento o Pró-Reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, o Superintendente de Tecnologia da Informação, José Eduardo Ferreira, além do diretor da ECA, Eduardo Monteiro, e da vice-diretora, Brasilina Passarelli.

Em toda a USP foram necessários, em média, de um a dois meses e meio para a adaptação dos docentes ao ensino remoto, contou o vice-reitor. “Foi um novo aprendizado, mas nós conseguimos terminar o semestre mesmo com todas as dificuldades. Todos compreenderam que era essencial para os alunos que o ensino não fosse paralisado”, completou Hernandes, lembrando dos quase 9 mil estudantes formados pela USP todos os anos e os impactos que a interrupção das atividades acadêmicas teria em suas vidas e nas de seus familiares. “Você não pode simplesmente parar e frustrar essas pessoas”.

Imagem da transmissão ao vivo. A tela aparece dividida entre quatro homens e uma mulher. Em destaque, está o vice-reitor, um homem branco de óculos e cabelos grisalhos.
Vice-reitor da USP, Antonio Carlos Hernandes, durante o encontro Ensino Remoto em Tempos de Pandemia. Imagem: Reprodução/Google Meet.

Na avaliação do Pró-reitor de Graduação, a longa trajetória de estudos sobre plataformas e softwares para apoio à aprendizagem, em diferentes unidades da USP, somada aos investimentos em tecnologia nos últimos anos foram fundamentais para a manutenção das atividades acadêmicas durante a pandemia. A Pró-reitoria de Graduação (PRG) tem estimulado cada vez mais os docentes a fazer uso das plataformas digitais de ensino da USP (e-Aulas e e-Disciplinas), além dos recursos disponíveis no G-Suite. Com o Moodle – sistema do e-Disciplinas –, por exemplo, é possível desde controlar a organização das turmas até oferecer conteúdos e avaliar os estudantes.

Durante a pandemia, o uso do e-Aulas e e-Disciplinas deu um salto de 10 mil para 48 mil usuários ativos, com média de 22 mil usuários conectados simultaneamente. Para dar conta dessa demanda, a USP possui uma infraestrutura composta por cinco data centers físicos e quase 130 hacks, que garantem hoje a conectividade de alunos, professores e funcionários. “Todo o ensino hoje é 24 por 7 e a gente nota isso na infraestrutura”, explicou José Eduardo Ferreira. 

Na ECA, Eduardo Monteiro destacou medidas de suporte às atividades remotas, como a aquisição de kits de acesso à internet para alunos que não tinham sido contemplados pela Reitoria, além da disponibilização de recursos para alocação de equipamentos. Também foram adquiridas novas assinaturas do Pacote Adobe Creative Cloud, que pode ser utilizado por estudantes e docentes ecanos em suas residências, e licenças do serviço de conferência remota Zoom. 

Monteiro citou também as adaptações feitas nas provas de habilidades específicas do vestibular 2021 em razão da pandemia. “É preciso reconhecer os esforços de todos para superar esse momento difícil”, ressaltou o diretor, lembrando a importância da presença da Universidade e do corpo docente no apoio psicológico aos estudantes durante o atual momento.

Imagem de transmissão. A tela aparece dividida entre 15 participantes homens e mulheres, que estão em suas casas.
O diretor da ECA, Eduardo Monteiro, e professores de diversos departamentos da Escola na sessão sobre avaliação e trabalhos finais. Imagem: reprodução/ Google Meet. 

O segundo semestre letivo, iniciado no dia 17 de agosto, manterá as atividades não-presenciais, esclareceu o Pró-reitor de Graduação. Hoje, a PRG está fazendo um amplo levantamento entre as unidades de ensino da USP quanto à oferta de disciplinas à distância. “As disciplinas eminentemente práticas que necessitam de atividade presencial não serão realizadas até que as condições epidemiológicas e sanitárias sejam contempladas”, disse Baracat.

“A minha expectativa é que tenhamos, a partir do próximo ano, uma reorganização dos processos pedagógicos”, que devem contemplar, em todos os cursos, uma profunda reflexão de seus projetos e metodologias, avalia Hernandes. “Além da dor, a pandemia trouxe a oportunidade de refletir: sobre a vida, de modo geral e, no nosso caso, também sobre o ensino”.

O encontro Ensino Remoto em Tempos de Pandemia contou ainda com outras três sessões de relatos de experiência, englobando três eixos temáticos: Metodologias e Ferramentas de Ensino; Iniciativas de Acolhimento e Avaliação e Trabalhos Finais, nas quais docentes de toda a ECA puderam compartilhar experiências e reflexões sobre o ensino de graduação e pós-graduação durante a pandemia de covid-19.


 


Imagem de capa: Acervo Singularidades/Freepik