Institucional



Pró-reitorias vêm à ECA falar sobre a curricularização da extensão

Marli Quadros Leite, Pró-Reitora de Cultura e Extensão, e Marcos Neira, Pró-Reitor Adjunto de Graduação, apresentaram as ações da USP para incluir atividades extensionistas nos cursos de graduação

Vida acadêmica
Foto em plano médio de uma mulher branca e de cabelos castanhos, lisos e na altura dos ombros. Ela usa óculos de hastes escuras e arredondadas, brincos dourados e vestido preto de manga longa com estampas floridas nas cores amarela, vermelha, rosa e lilás. Ela está sentada em uma cadeira e apoia os antebraços sobre uma mesa de madeira, na qual repousa um microfone. Ao fundo, uma parede branca com uma tela em que está projetada uma apresentação de slides.
Marli Quadros Leite, Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária. Imagem: Verônica Cristo/ LAC.

Curricularizar a extensão consiste em incorporar as atividades de cultura e extensão desenvolvidas na Universidade à grade curricular dos cursos de graduação. Na prática, isso significa oferecer aos estudantes, durante a sua formação universitária, atividades que priorizem a troca de conhecimentos e experiências com a sociedade.

No dia 22 de março, docentes da ECA, do Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG), Instituto Oceanográfico (IO) e Centro de Biologia Marinha (Cebimar) estiveram reunidos com a Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite, e o Pró-reitor Adjunto de Graduação, Marcos Neira, para falar sobre a curricularização da extensão em suas unidades. O encontro fez parte de uma série organizada pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU) em unidades de ensino de toda a USP. O objetivo da Pró-reitoria é falar diretamente ao corpo docente da Universidade sobre a implementação da curricularização da extensão nos cursos de graduação. 

“É um mito que a Universidade é uma torre de marfim, isolada. Isso não existe. E essa ida à sociedade [com a curricularização] está fazendo esse mito cair definitivamente”, falou a professora Marli. Entre os benefícios da extensão na graduação estão a formação integral do estudante pelo contato direto com a realidade social, o atendimento às demandas sociais e o impacto social dessas atividades para a sociedade. Segundo o pró-reitor adjunto de graduação, o foco da curricularização da extensão são os estudantes. “Nós [docentes] já fazemos muitas atividades de extensão. O que nós estamos falando agora é de extensão para os alunos”.

Curricularizar a extensão é hoje uma exigência do Conselho Nacional de Educação (CNE): de acordo com a resolução 07/2018 do CNE, os cursos de graduação devem ter, no mínimo, 10% da carga horária dedicada às atividades de extensão. Do total de horas de extensão, 30% podem ser dedicadas à realização de estágio. Atualmente, o reconhecimento dos cursos de graduação depende do cumprimento dessa norma, explicou a pró-reitora. “A resolução foi o ‘ultimato’ para que esse processo se fizesse nos cursos”.

Foto em primeiro plano de um homem branco, de cabelos curtos e grisalhos. Ele usa óculos de grau de hastes escuras, camisa branca quadriculada e blazer preto. Ele fala a um microfone de haste fina e preta. Ao fundo, uma tela projeta uma imagem preta e alaranjada com o texto Encontro sobre curricularização.
Marcos Neira, Pró-Reitor Adjunto de Graduação. Imagem: Verõnica Cristo/ LAC. 

Para dar conta da tarefa, a Pró-reitorias de Graduação e a de Cultura e Extensão se juntaram para trabalhar na revisão dos currículos dos cursos de graduação da USP. Reuniões com integrantes das Comissões de Graduação e de Cultura e Extensão das unidades, encontros presenciais, vídeos, atendimento virtual e a criação do Guia da Curricularização são algumas das ações das Pró-reitorias até o momento. “A USP é uma universidade de pesquisa e altamente extensionista. Isso não aparece porque muitas das atividades de extensão não são conhecidas institucionalmente”, acredita a pró-reitora. Segundo a docente, a PRCEU irá criar até junho um Escritório de Valorização da Extensão que vai auxiliar diretamente o corpo docente em questões relacionadas ao tema.

Atualmente, a curricularização da extensão nos cursos de graduação da USP ocorre em duas grandes etapas. Em um primeiro momento, as unidades devem identificar a parcela extensionista das disciplinas já existentes que, até agora, estavam sendo registradas no sistema Júpiter como “horas-trabalho”. Em seguida, deve ser feito o registro de atividades extensionistas propriamente ditas – tanto aquelas já existentes como também novas atividades.

O pró-reitor de graduação explica que será necessário alterar os projetos pedagógicos dos cursos para abrir espaço no currículo para as atividades de extensão. “O [sistema] Júpiter é somente a tradução digital do projeto político pedagógico”, afirma o docente e conclui “Mexer no currículo é sempre delicado, mas, aos poucos, a mudança vai sendo incorporada. E sempre há tempo da gente mudar, de aperfeiçoar o caminho durante a trajetória”. 

Diferente de criar novas disciplinas, a curricularização contempla propostas de extensão mais abrangentes. A oferta de vagas é mais ampla do que nas disciplinas, podendo ter a participação de estudantes da USP, mas também de pessoas de fora da Universidade. E, mais importante, fazer extensão significa interagir com a sociedade. “Nosso papel como docente é orientar os estudantes para que eles possam agir junto a um grupo social”, explicou à pró-reitora. A ideia é ter projetos extensionistas propostos pelos docentes, assim como projetos liderados pelos próprios estudantes.

Confira a gravação do Encontro realizado na ECA:


Fotos: Veronica Reis Cristo/LAC ECA USP