Retrospectiva 2020: relembre publicações de docentes e estudantes da ECA
Obras publicadas em 2020 abordam temas como crítica de mídia, censura no teatro, teoria audiovisual e arte-educação
Uma parcela significativa do conhecimento produzido na ECA toma a forma de teses, livros e e-books, sendo disponibilizada para livre acesso por meio de portais como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e o Portal de Livros Abertos da USP, além dos canais de comunicação próprios de grupos de pesquisa. A publicação de livros é uma das formas de divulgar saberes resultantes de projetos de pesquisa, trabalhos apresentados em congressos, teses e dissertações, entre outras atividades realizadas por equipes de pesquisa, estudantes e docentes.
A seguir, relembre obras publicadas por estudantes e docentes da ECA no ano de 2020, lista que está organizada pelas diferentes temáticas abordadas:
Práticas lúdicas na formação vocal em teatro é resultado da tese de doutorado de mesmo nome, escrita por Eugênio Tadeu Pereira e realizada no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC). A tese tem como objetivo entender de que maneira experiências lúdicas contribuem para a formação vocal de estudantes de licenciatura e bacharelado em teatro, com base em investigações de práticas pedagógicas utilizadas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para Eugênio, práticas lúdicas e jogos teatrais são formas leves e descontraídas de trazer conscientização da relação entre corpo e voz.
O Almanaque da Indumentarista Sophia Jobim: um guia de indumentária, moda, reflexões, imagens e anotações pessoais foi escrito pelo professor Fausto Viana. A obra também é decorrente de uma pesquisa, na qual Fausto resgatou produções da professora de indumentária que viveu entre os anos de 1904 e 1968. Hoje, as produções pertencem ao Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro.
Já o livro O trabalho de encenação em Calabar (1973): o espetáculo censurado e as reflexões de Fernando Peixoto tem como tema principal Calabar, a peça de Chico Buarque e Ruy Guerra censurada pela ditadura militar em 1973. A obra é da autora Nina Hotimsky, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC).
Organizado por docentes do Departamento de Informação e Cultura (CBD), o segundo volume da série Tópicos para o ensino de biblioteconomia traz reflexões sobre os conteúdos ministrados no curso de graduação em biblioteconomia da ECA. O tema central do livro conversa com as demandas da área, que precisa se adaptar às mudanças causadas pelas mudanças tecnológicas.

Em A noite e a internet - O que José Saramago pode nos ensinar sobre o jornalismo digital? estudantes e docentes da ECA refletem sobre práticas do jornalismo digital a partir da peça de teatro A Noite (1979), do escritor português José Saramago. O livro traz crônicas, ensaios, contos e peças de teatro produzidas no âmbito da disciplina Projetos em Jornalismo Digital.
A pesquisa na sociedade digitalizada, a comunicação nas organizações na era dos dados e o cenário de um jornalismo em transformação são temas que compõem a obra Caminhos da Comunicação: tendências e reflexões sobre o digital, lançada pelo grupo de pesquisa COM+. Em meio às transformações causadas pela digitalização generalizada da sociedade, o livro aborda os impactos de tais mudanças nas atividades de informação, comunicação e mídia.
Crônicas que relacionam infância, memória e atividades físicas compõem o quinto volume do Caderno de Jornalismo Esportivo, projeto realizado desde 2015 por estudantes de jornalismo na disciplina Conceitos e Gêneros do Jornalismo.
Sutileza e grosseria da exclusão nas mídias aborda o papel da mídia na construção de estigmas sociais. Escrito pela professora Rosana de Lima Soares, o livro reúne pesquisas desenvolvidas ao longo de dez anos pela autora sobre as relações entre os discursos midiáticos e os estigmas sociais.
O e-book Narrativas Midiáticas: crítica das representações e mediações foi publicado pelo Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas (MidiAto) e reúne 16 artigos produzidos por seus integrantes ao longo da última década. Além dos artigos, a obra apresenta recursos em áudio no formato podcast.
Sons de outrora em reflexões atuais: história da educação e música reúne artigos de autores brasileiros, portugueses e espanhóis ligados à música e à história da educação. O conteúdo do livro é proveniente de pesquisas científicas realizadas em três países – Brasil, Portugal e Espanha – sobre a música como disciplina escolar em diferentes momentos históricos e contextos sociais e políticos.
A Linguagem Musical de Oneyda Alvarenga – Lições de Estética na Biblioteca de Mário de Andrade é um livro organizado pela pesquisadora Luciana Barongeno. A publicação reúne a primeira versão da obra A Linguagem Musical, de Oneyda Alvarenga, publicada na década de 1980, e acréscimos feitos pela própria musicista, até então inéditos.
O livro Opinião pública, comunicação e organizações: convergências e perspectivas contemporâneas apresenta artigos sobre o impacto da desinformação nos setores de opinião pública, comunicação e organizações. O livro é resultado do XIII Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, que aconteceu em maio de 2019, e abordou o desafio para os profissionais de comunicação de “defender a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, criar mecanismos para que seja possível estabelecer a diferença entre fontes de informação confiáveis e não confiáveis.”
A utilização de palavras e expressões que geram ambiguidade nos conteúdos publicitários, a fim de atrair consumidores, tem um nome: weasel. A técnica, muito conhecida no universo publicitário, pode ser associada à mentira e à indução ao erro. A partir da análise de propagandas antigas e contemporâneas, o e-book Publicidade: o jeito weasel de ser traz diferentes dimensões e desdobramentos dessa estratégia publicitária.
Lobby e Comunicação: a integração da narrativa como via de transformação apresenta “reflexões sobre a importância da convergência entre as áreas de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), Relações Públicas (RP) e Comunicação, a partir do território das narrativas, da gestão, dos negócios e da sociedade.”
O Jornalismo na Comunicação Organizacional: uma perspectiva crítica é a primeira publicação do grupo de pesquisa O Jornalismo na Comunicação Organizacional (JORCOM). A publicação se propõe a apresentar e debater, a partir de uma perspectiva crítica, temas atuais e relevantes que caracterizam o jornalismo e a comunicação organizacional.

Glauber Rocha é um cineasta conhecido por filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Terra em Transe (1967). Nos livros Glauber Rocha: crítica esparsa (1957-1965) e Glauber Rocha: o nascimento dos deuses, organizados pelo professor Mateus Araújo, é possível ter acesso aos textos não-publicados do cineasta e ao roteiro de um filme que nunca foi filmado.
Pouco antes de falecer, o professor Arlindo Machado lançou quatro livros relevantes para a compreensão teórica do audiovisual: Análise do programa televisivo, Outros cinemas: formas esquisexóticas de audiovisual, O olho, a visão e a imagem: revisão crítica e Discursos sobre a insensatez: grandezas e misérias da comunicação. As obras lançadas no XXIII Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine) abordam temas como questões metodológicas da análise de programas de televisão e o cinema como forma de expressão, compreendendo diversos formatos.
Raios e Trovões: A História do Fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum é resultado de livro-reportagem apresentado como trabalho de conclusão de curso pelo jornalista Bruno Capelas. A obra reúne conteúdos sobre figurinos e cenários, rotina de gravações, criação dos roteiros e escolha do elenco. Além disso, aborda como o programa exibido pela TV Cultura entre 1994 e 1997 mistura entretenimento, cultura e informação.

O e-book Arte_Design_Tecnologia aborda curadoria digital, livros independentes e performance intermidiática, entre outros temas. Em meio aos artigos que compõem a obra, Arte / design e natureza no ensino fundamental, de Cíntia Valente e Suzete Venturelli, questiona “a noção de que apenas as tecnologias digitais são capazes de estimular o interesse no ambiente escolar”, a partir de uma metodologia de ensino-aprendizagem com base em materiais orgânicos, técnicas e instrumentos arcaicos.