CRP | Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo



ECA integra iniciativa da USP no combate à fome e insegurança alimentar

Grupo de trabalho multidisciplinar reúne docentes de várias unidades; professora ecana fala sobre importância da Comunicação no combate à fome

Comunidade

Diante das estatísticas que apontam o aumento  da insegurança alimentar e da fome no Brasil, a Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP realizou em maio de 2021, sob coordenação da professora Margarida Maria Krohling Kunsch, do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP),  o Simpósio USP Políticas Públicas para o Combate à Fome, que reuniu pesquisadores para discutirem o problema. 

A partir dessa iniciativa, criou-se o grupo de trabalho Políticas Públicas de Combate à Insegurança Alimentar e a Fome,  com a  intenção de atuar na discussão de temas como fome, segurança alimentar e soberania alimentar, além de fazer o monitoramento, diagnóstico e proposição de políticas públicas para enfrentar estas questões. A professora Margarida, que participa ativamente do projeto, fala mais sobre as ações do GT, que conta com presença de outros docentes da ECA. 

 

Um problema complexo que exige ações de múltiplas frentes

Dando início às atividades do GT, o grupo promoveu em dezembro de 2021 o Seminário USP de Combate à Insegurança Alimentar e à Fome, onde  pesquisadores e especialistas de diversas unidades da USP e de outras instituições aprofundaram o tema em suas diferentes vertentes. Este evento teve como propósito apresentar para a comunidade interna e externa à USP propostas do GT e contou com contribuições relevantes dos expositores, que discutiram conceitos acerca da fome e da insegurança alimentar a fim de tecer um diagnóstico sobre esses problemas e atuar junto aos poderes públicos em sua  resolução. Em 2023 já foi entregue à Reitoria o mais recente relatório feito pelo GT com propostas de combate à fome. 

Foto de uma mulher idosa, branca, de cabelos castanhos curtos, brincos e vestindo uma blusa laranja. Ela olha para a câmera com expressão séria. Ao fundo, uma decoração de bambu.
Margarida Maria Krohling Kunsch. Foto: Reprodução /LinkedIn

A professora Margarida  enfatiza que o problema da fome é multifacetado e precisa ser tratado por diversas áreas do conhecimento, o que justifica o caráter multidisciplinar do GT, que conta com diversos professores e pesquisadores da USP vindos de diferentes unidades, como a Faculdade de Saúde Pública (FSP), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Faculdade de Economia e Administração (FEA), Escola Politécnica (EP), Escola de Comunicações e Artes (ECA), entre outras unidades da USP. 

A docente  destaca o ineditismo de um projeto que reúna tantas áreas diferentes: “Na minha experiência de universidade, de mais de 40 anos, sinceramente, eu nunca tinha visto você conseguir reunir Ciências Humanas, Exatas e Biológicas em um projeto.”

Um dos desdobramentos relacionados ao GT foi o anúncio, em dezembro de 2022, da criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Combate à Fome, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O INCT possui participação de universidades brasileiras e estrangeiras e surge para ampliar todo o trabalho que já foi desenvolvido pelo GT e aumentar o impacto das pesquisas sobre a  fome no país, conduzindo estudos sobre insegurança alimentar e elaborando estratégias para atuar frente a esse problema.

 

O papel da Comunicação no combate à fome

A convite da professora Margarida, outros docentes ecanos se somaram ao GT: Eneus Trindade (CRP), Ricardo Alexino, do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) e Claudemir Viana, do Departamento de Comunicações e Artes (CCA), formando um eixo de trabalho voltado à divulgação e difusão científica, além de outras ações estratégicas de comunicação.

Foto de uma mulher jovem e negra que segura duas panelas vazias na direção da câmera. Ela veste uma blusinha preta estampada e olha com expressão séria para a câmera.  Atrás dela há um varal com panos e lençois pendurados.
Mais de 35 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Foto: Leonardo de França / Arquivo MST
 

Sobre o papel da comunicação dentro das ações do projeto, a professora Kunsch afirma que “é uma oportunidade da área da Comunicação mostrar sua relevância no campo social, por exemplo. É um tema muito atual e necessário e a comunicação não pode ficar alienada a isso.” Ela ainda diz que “a comunicação tem um papel fundamental de sensibilizar o poder público da sua responsabilidade com o tema e ao mesmo tempo levar, por meio de campanhas educativas, informação à população.

A equipe de comunicação do projeto tem atuado na elaboração de planos de comunicação pública para divulgar as ações dos pesquisadores do GT, a fim de promover um debate público e dar maior visibilidade ao projeto e as propostas relacionadas aos temas da insegurança alimentar e da fome. Para alcançar esse objetivo, o GT tem se utilizado do Jornal da USP e mídias sociais da Universidade.

Frente à tragédia de mais de 35 milhões de pessoas passando fome no país, a professora Margarida diz  que a Comunicação não pode se acomodar e ainda questiona:

 

“como é que o país que é o maior produtor de proteína animal, exporta para o mundo inteiro, é um dos maiores produtores de soja… Como é que pode chegar a ter gente subnutrida morrendo de fome?”

 
Margarida Maria Krohling Kunsch do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo

 

É diante dessa questão, como relata a docente, que a USP, a partir de sua produção científica, pode contribuir  para a resolução do problema da fome.

 

 


Imagem de capa: Engin Akyurt