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Revista Organicom: o que é a gestão da diversidade na América Latina

Em sua nova edição, periódico de Comunicação Organizacional discute a gestão humanizada com enfoque na perspectiva local

Vida acadêmica

Em alta no mercado há alguns anos, a “gestão da diversidade" é muito defendida. Contudo, o que é aplicá-la em contexto latino-americano? Pensando nisso, a 37ª edição da Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Organicom), traz o artigo Reflexões sobre comunicação organizacional na América Latina: ventos da mudança na gestão da diversidade, de Maria Aparecida Ferrari, docente do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo.. Nele, são abordados problemas históricos intrínsecos à região e características dessa tentativa de gestão humanizada.

O texto se divide  em diversas partes, percorrendo o seguinte caminho:

  • aspectos políticos, econômicos e culturais da América Latina;
  • desafios das organizações latino-americanas na mudança de um modelo de gestão eurocêntrico para um modelo com características locais;
  • aspectos da cultura organizacional e o que distingue as organizações da região;
  • panorama da gestão da diversidade no contexto das organizações latino-americanas.

 

A América Latina e a Comunicação

 

Capa da revista Organicom. Sobre um fundo branco, destacam-se, em letras verdes, o nome da revista e do tema. Na parte central, uma ilustração de círculos em diferentes tons de verde e diversos tamanhos, que se sobrepõem e se ligam entre si por linhas horizontais. Na parte inferior, as logomarcas da ECA, da USP e do curso de pós-graduação lato sensu Gestcorp.
Capa da atual edição da Revista Organicom. Fonte: Reprodução/ Portal de Revistas da USP. 

“Pensar a comunicação organizacional na região latino-americana exige voltar o olhar para os estudos culturais.” Para a autora, a comunicação e a cultura são fenômenos que devem ser compreendidos em conjunto, portanto, para entender a comunicação organizacional no contexto da América Latina é necessário que se entenda a cultura regional. E a cultura, por sua vez, se entrelaça à política e a economia, principalmente por conta da influência histórica da  colonização.

Por conta desse processo, entende-se que a América Latina apresenta  problemas sérios, como desigualdade econômica e alto índice de analfabetismo. Além disso, os estudos de comunicação são realizados sob lentes eurocêntricas ou estadunidenses. Outra característica regional é o reforço de valores masculinos e a forte hierarquização de poder nas  instituições, o que impede a participação dos trabalhadores em decisões estratégicas. Logo, o texto busca, pelo menos de modo inicial, entender quais são as dificuldades enfrentadas pelas organizações para pôr em prática uma gestão humanizada segundo os traços culturais locais.

 

A gestão da diversidade

 

A ideia de “gestão da diversidade” é dividida em duas partes; a primeira é quanto à definição de diversidade, sintetizada  em “respeitar o diferente”; a segunda é sobre as atividades que se entendem por gestão de diversidade. Segundo a exposição no artigo, essas práticas podem levar a três objetivos:

  • responsabilidade social;
  • obrigações legais;
  • melhoria dos resultados.

A partir disso, a autora relata diferentes interpretações que tentam definir o que são estas  políticas institucionais: se são uma vantagem competitiva, uma ideologia ou o deslocamento, para o contexto empresarial, de algo que seria estritamente político. Porém, é necessário considerar como questões políticas, econômicas e sociais exercem influência sobre as práticas de comunicação organizacional na América Latina, uma vez que elas estão inseridas na cultura local. Para Ferrari, o debate ainda está em aberto e as transformações são incipientes, pois não existe um conhecimento vasto “sobre as organizações latino-americanas, e menos ainda sobre suas culturas e modelos de comunicação”.

Em sua conclusão, a docente destaca as palavras dos pesquisadores Pamela Flores Prieto, Kelly Pozo e Livingston Crawford para transmitir o papel de seu artigo: 

“Depois de 500 anos de desigualdades e frustrações, assomam tentativas para recuperar uma identidade que não seja marginal e não só resistências. Uma identidade afirmativa que esteja apoiada em saberes tradicionais, mas também nas inéditas solidariedades que produzem novos grupos sociais no mutável universo contemporâneo.”

 

Edição atual da Organicom

 

Publicada em dezembro de 2021, a 37ª edição da Organicom traz  o tema  “Ouvindo Nosso Entorno Latinoamericano: Comunicação nas e das organizações em tempos turbulentos”. Apesar de ser uma iniciativa da ECA USP, a equipe editorial possui membros de diversas universidades de todo o Brasil e os textos são produções de pesquisadores de toda a América Latina. Por tratar do panorama regional, a revista optou por transitar entre os idiomas utilizados nos países latinoamericanos, algo que não é usual para a Organicom.

 

Como publicar na Organicom?

 

A Organicom não cobra qualquer taxa para submissão de trabalhos. O prazo de envio para a 39ª edição é 15 de maio, e o  tema da próxima edição será "Comunicação, Agenda 2030 da ONU e Organizações". Após o envio, os originais são encaminhados para dois membros do Conselho Editorial para análise e avaliação. Na seção de submissões do site da Organicom, você conhece  o processo de avaliação em mais detalhes, assim como todas as diretrizes textuais. Além disso, é possível encontrar outras informações na página da revista no Facebook ou entrar em contato pelo  e-mail organicom@revistaorganicom.org.br

 

 


Imagem de capa: Pixabay