Quem estuda na ECA?

Estudantes, docentes e funcionários comentam os dados da Fuvest sobre o perfil do ingressante dos últimos anos
 

Vida acadêmica

Políticas afirmativas na USP 

O Conselho Universitário (CO) da USP decidiu pela adesão ao Sistema de Seleção Unificado (SiSU) no vestibular de 2016. Na época, 70% das vagas do sistema foram reservadas para jovens que estudaram em escolas públicas no Ensino Médio e 8% para pessoas que, além da trajetória na educação pública, se autodeclaram pretas, pardas ou indígenas.

A Universidade deu a cada unidade de ensino autonomia para adotar ou não o sistema. A ECA aprovou o uso do SiSU para o vestibular de 2017, exceto nos cursos que exigem provas de habilidades específicas para o ingresso. 

As cotas étnico-raciais foram aprovadas pelo CO em 2017 e entraram em vigor a partir da Fuvest 2018. 

A ECA é majoritariamente jovem adulta, feminina, branca e de classe média. É o que apontam os dados da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) sobre os estudantes matriculados na graduação entre 2017 e 2022, coletados pelo questionário de inscrição no vestibular. 

As estatísticas, ainda que permitam traçar um perfil predominante, é claro, não englobam as particularidades que cada estudante traz consigo. Mesmo assim, o acesso a esses números é importante para analisar a realidade e pautar políticas públicas que aumentem a diversidade, inclusão e pertencimento na ECA e na Universidade. Para a aluna de Educomunicação Stephany Oliveira, que faz parte do coletivo Opá Negra, é essencial que exista uma preocupação com a comprovação científica associada à observação social. Desse modo, a investigação não se reduz às percepções limitadas ao entorno de quem analisa. 

Um exemplo claro é a lenta e gradual transformação que vem ocorrendo na ECA desde a implementação das políticas afirmativas. Ao mesmo tempo que os números indicam uma queda na porcentagem de ingressantes de cor branca, quem anda pelos corredores ecanos também nota a diferença. Robson Zanovello, cientista social formado pela USP que trabalhou na ECA por nove anos e hoje atua na Prefeitura de São Paulo, relata: 

 

"Na minha experiência, como servidor e como aluno, foi muito feliz e gratificante o fato de a gente, de um ano para o outro, começar a ter contato com alunos e alunas pretas. A gente ficou chocado e se deu conta de que a gente não tinha esse contato.”
 

Robson Zanovello, que trabalhou na ECA por nove anos

 

Foto de muitos jovens agrupados, alguns sentados e outros em pé. São meninos e meninas, brancos e negros, que posam para uma outra câmera. A grande maioria deles usa máscara e alguns estão vestindo camisetas de entidades estudantis.
Estudantes da ECA celebram a entrada na Universidade durante  a Semana de Recepção de 2022. Imagem: Amanda Ferreira.

 

Idade e gênero revelam diferenças entre cursos e estudantes

Foto de seis pessoas, dois homens e quatro mulheres, em pé, sorrindo e posando para a câmera. As pessoas estão sujas de tinta roxa e amarela, com as palavras “USP”, “ECA” e “TUR” escritas nos braços e na testa. Uma das mulheres segura um guarda-chuva. Ao fundo, há um gramado e árvores.
Ingressantes durante a Semana de Recepção de 2023. Imagem: ECA Jr./Facebook

As percepções sobre o perfil da ECA são bastante influenciadas pela vivência em cada curso. A média de idade dos ingressantes, por exemplo, variou entre 20 e 22 anos entre 2017 e 2022. Para o professor Mario Ramiro, do Departamento de Artes Plásticas (CAP), esse número é bastante condizente com o que ele percebe nas suas turmas. Já para Wagner Souza e Silva, docente do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE), a impressão que fica é que são mais jovens, vindos diretamente do Ensino Médio, ainda aos 17 ou 18 anos. Enquanto que, na opinião de Stephany, de Educom, os colegas parecem ser mais velhos que a média, até por ser um curso muitas vezes escolhido como segunda graduação.

Foto de um jovem olhando para a câmera e sorrindo levemente. Ele tem a pele clara, cabelos pretos, curtos e lisos, tem olhos escuros puxados e usa barba. O rapaz usa um óculos que tem a armação preta e quadrada e veste um moletom cinza. Ao fundo, um gramado e as raízes de uma árvore.
Guilherme ingressou na ECA pelo SiSU. Imagem: Arquivo pessoal

Guilherme Maeda, que entrou no curso de Audiovisual em 2019, narra ter visto mudanças a cada turma nova que ingressa em seu departamento. Conforme os anos passam, o aluno tem observado a chegada de pessoas com perfis e repertórios diferentes dos que estava acostumado a ver nas turmas anteriores. Nos exercícios práticos, os ingressantes apresentam maior facilidade e chegam com mais aptidões do que ele e colegas tinham. “São algumas coisas de técnica de luz, de fotografia. Eles provavelmente nasceram com essas questões [tecnológicas] muito mais presentes do que eu, que sou até um pouco mais velho que o pessoal da minha sala”, relata. 

A influência da internet – representada pelo fortalecimento de redes como Instagram e TikTok, por exemplo – também se revela nas novas motivações de quem está chegando à ECA. Guilherme sente nessas pessoas a vontade de produzir um cinema mais comercial, o que, para ele, é um reflexo de mudanças do cinema nacional como um todo e do impacto do streaming. “Eu vejo que o filme tem outro tempo, as coisas têm outro tempo. Não que não seja artístico, mas tem uma outra abordagem”, complementa.

Foto de três mulheres brancas em um ateliê. A mulher em primeiro plano está de pé em frente a uma mesa cheia de materiais, tem cabelos escuros presos e veste uma blusa amarela e calças jeans. Ao fundo, as outras duas mulheres aparecem sentadas. O ambiente é cheio de bancadas e prateleiras, a maioria delas está ocupada por materiais de arte.
Mulheres em um dos ateliês do Departamento de Artes Plásticas (CAP). Imagem: Mariana Chama

Em relação ao gênero, os números totais da ECA indicam que as pessoas do sexo feminino costumam ser maioria entre os ingressantes, atingindo 60,7% em 2022. Mas esses dados podem variar de curso para curso. No Jornalismo, por exemplo, Wagner conta que as turmas costumam ser mais equilibradas. É o contrário da Editoração, em que a presença masculina geralmente é mínima, segundo o docente. Mario relata observar a mesma tendência de Edit em seu departamento. Segundo o professor, essa característica tem raízes antigas, pois o ensino das Artes, como um todo, esteve historicamente mais voltado para a formação das mulheres – às quais eram atribuídas atividades como o piano e o bordado, por exemplo. "Embora os nomes que talvez tenham maior proeminência sejam de homens, no Brasil, as mulheres sempre tiveram um papel enorme [no ensino das Artes Visuais]", explica. 

 

E a inclusão?

Um problema profundamente enraizado na Universidade é a falta de maior diversidade racial entre os estudantes. Uma parcela esmagadora das pessoas aprovadas pela Fuvest para ingressar na ECA é branca - os percentuais variaram entre 65,1 e 73,9% de 2017 para cá.

Embora a adoção de políticas afirmativas, como o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), tenha colaborado para diminuir essa discrepância, os índices da ECA ainda estão longe de representar a sociedade brasileira. De acordo com informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, os autodeclarados pretos ou pardos somam 56,1% da população brasileira. No caso da população do estado de São Paulo - que é o parâmetro para o cálculo de reserva de vagas na USP para pessoas pretas, pardas e indígenas - esse percentual é menor e corresponde a 37,5% dos cidadãos, segundo dados do Censo de 2010. Esse valor também está acima dos dados da ECA, que teve seu ápice de ingressantes pretos e pardos registrado no vestibular para 2020: 29,6%.

Foto de arte digital. A arte é composta por 9 imagens que se sobrepõem, formando um rosto. Cada uma delas forma uma parte da face e representa pessoas com diferentes traços raciais e características. Todas as imagens recebem um filtro colorido.
Detalhe do cartaz La Gente Real es Diversidad, de Samantha Lima, que está exposto no saguão do prédio central da ECA. Imagem: Amanda Ferreira/LAC

Analisando os dados desde 2017, é em 2021, já na pandemia de covid-19, que o número de ingressantes brancos sobe pela primeira vez: um crescimento de 9% em comparação com 2020. Para Robson, mesmo este não sendo um valor tão expressivo, é bastante relevante. “Desde que foram aprovadas as cotas na USP, trabalha-se com esforço de inclusão e de aumento da participação dessa população na Universidade, não de redução. Então, o que me chama atenção é que eles [os dados] vão na direção oposta do esforço institucional”, comenta. 

Robson acrescenta que, ainda que seja necessária uma pesquisa mais aprofundada, é possível levantar a hipótese de que a redução de ingressantes pretos, pardos e indígenas em 2021 tenha sido reflexo da pandemia, que afetou gravemente a parcela social e economicamente mais vulnerável da população, composta por uma maioria de pessoas não-brancas. Outro dado que reforça essa hipótese é a queda de 33% nas inscrições de pessoas pretas, pardas e indígenas na Fuvest 2022 em relação ao ano anterior. Contudo, o cientista social ressalta que as políticas afirmativas na Universidade ainda são muito recentes, e que, portanto, sua consolidação precisa ser analisada a longo prazo.

Os vestibulandos que cursaram o Ensino Médio em escolas públicas também passaram a se inscrever menos após a covid-19: uma queda de 25%. Mesmo assim, em 2021, a USP conseguiu atingir a meta de ter mais da metade de ingressantes vindos da educação pública. Objetivo este que a ECA ainda não alcançou: os índices de calouros da ECA que passaram por escolas públicas vinham crescendo, mas, nos últimos três anos, se mantiveram estáveis em 43%.

Guilherme, que estudou em uma escola técnica da rede estadual, e Stephany, que teve toda sua formação na rede pública e ingressou na ECA por transferência externa, enfatizam que as vagas destinadas a estudantes do ensino público, ainda que sejam muito importantes, apresentam algumas controvérsias. Apesar das vagas reservadas, esse sistema não contempla as escolas públicas como um todo e nem de forma igualitária. Eles percebem que grande parte dessas pessoas vêm de escolas técnicas, colégios militares ou outras instituições secundaristas que dispõem de mais recursos e contam com processos seletivos – o que é uma realidade distinta da grande maioria das outras escolas da rede pública.

Gráficos Quem estuda na ECA?

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

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Gráfico de Susana Sato a partir de dados da Fuvest sobre estudantes matriculados na ECA entre 2017 e 2022.

Caso não consiga visualizar na galeria, acesse os gráficos por este link.

 

O preço da universidade pública

A ECA é uma instituição pública e gratuita. Porém, os estudantes que conseguem ingressar na melhor universidade brasileira da América Latina, a USP, precisam arcar com  uma série de custos para concluir sua formação e aproveitar a vida universitária por inteiro. De gastos ligados à permanência (moradia, transporte, alimentação) até a participação em atividades extracurriculares, os valores muitas vezes excedem o orçamento à disposição do estudante. 

Na ECA, apesar de um forte predomínio da chamada classe média, vem crescendo o número de ingressantes que dividem com a família até 1 salário mínimo. O número cresceu de 1,7% para 5,4% em seis anos, com exceção de 2019, quando apenas um calouro se enquadrou nessa condição. Os ingressantes que dispõem de renda familiar de 1 a 2,9 salários mínimos já formam um grupo mais expressivo, somando entre 16,6% e 25,6% nos últimos anos.

Foto de um homem olhando  para a câmera. Ele é branco, tem cabelos claros e curtos, tem olhos escuros e usa barba. Ele veste uma camisa quadriculada em azul e branco e um paletó azul escuro. Ao fundo, uma janela.
Cientista social, Robson Zanovello foi estagiário na ECA de 2011 a 2013 e servidor da Escola entre 2014 e 2021. Imagem: Reprodução/Linkedin

Para essas pessoas, e até mesmo para quem que dispõe de rendas maiores, trabalhar durante a graduação é essencial para se manter no curso. A porcentagem de matriculados que planejam exercer ou já exercem atividade remunerada durante o curso vem aumentando. Considerando também aqueles que pretendem aliar o trabalho a outra fonte de renda (como o apoio dos pais ou de bolsas), o número cresceu de 75%, em 2017, para 83%, em 2022. Para Robson, este é um sinal de que cada vez menos gente tem o privilégio de ser sustentado apenas pelos pais, o que também pode ser um reflexo da situação econômica do país

“É importante lembrar que é completamente diferente fazer uma graduação trabalhando e fazer uma graduação totalmente dedicada à formação”, frisa o cientista social. Nesse sentido, o estudante precisa abrir mão de momentos de lazer e descanso, ou até mesmo de estudo, para conseguir pagar as contas. Stephany conta que, especialmente em Educomunicação, que é seu caso, há bastante compreensão do corpo docente em relação às dificuldades dos educandos.

Mario, que observa a situação do lado dos professores, lamenta que o curso de Artes Visuais – e outros, como Audiovisual, Música e Artes Cênicas – exijam uma parte tão grande do dia do estudante. Ele acrescenta que, por conta dessa grade horária, muitos estudantes acabam trabalhando de madrugada ou trancando disciplinas quando surge uma boa oportunidade de job. Toda essa logística atrapalha o processo de aprendizagem, quebra a continuidade e o ritmo do graduando, além de estender o tempo de formação, segundo o docente.

 

Foto de um homem olhando para a câmera. Ele é branco, careca e tem olhos escuros. Ele veste uma camisa de manga curta com alguns botões abertos. A estampa é um desenho geométrico formado por linhas brancas sobre um fundo cinza escuro, que constroem a imagem de cubos. Ao fundo, aparecem desfocadas algumas pessoas sentadas em outras mesas.
Imagem: Regina Araki/Arquivo pessoal

“Eu sempre fui muito crítico ao nosso curso ser integral. Quem consegue estudar o dia todo na universidade sem precisar trabalhar?”

 

Mario Ramiro, professor do Departamento de Artes Plásticas (CAP)

 

 

Guilherme, do Audiovisual, percebe que alguns colegas acabam recorrendo ao Programa Unificado de Bolsas (PUB) para conseguir cumprir a carga horária do curso. Com uma carga horária mais reduzida que outras bolsas e estágios, de 10 horas por semana, a bolsa PUB é uma oportunidade para o aluno compor o orçamento. As bolsas e os auxílios que a Universidade oferece, contudo, muitas vezes não são suficientes para dar conta do sustento de estudantes de baixa renda.

Na outra ponta dessa análise, as estatísticas indicam que ingressantes cuja renda familiar é de 15 ou mais salários mínimos representam, em média, 16% dos vestibulandos aprovados pela Fuvest. Este contraste de disponibilidade de recursos durante o período de estudos impacta, muitas vezes, a maneira que esse estudante encara o curso e quanto conhecimento prévio já carrega sobre a área quando chega na ECA.

 

Encontro de diferentes realidades

Para Mario, a renda é um fator crucial para o desenvolvimento do repertório cultural do estudante. “Uma coisa é você ouvir uma orquestra sinfônica com um fone de ouvido, outra coisa é estar na Sala São Paulo”, exemplifica. Além disso, a familiaridade que os calouros têm com materiais e equipamentos de alto nível varia muito. Guilherme conta que alguns ingressantes da sua turma nunca tinham sequer tocado em uma câmera profissional antes de cursar Audiovisual. Nesse sentido, é fundamental contar com o apoio de colegas, de docentes e da internet.

Wagner, que ministra disciplinas relacionadas ao fotojornalismo, destaca a importância das redes sociais na democratização da cultura visual. As redes, de alguma maneira, permitem um diálogo constante e a construção de uma cultura visual em comum, de acordo com o docente e fotógrafo.

 

Foto de um homem branco olhando para a câmera sorrindo levemente. Ele tem cabelos curtos escuros, olhos verde-escuros e usa cavanhaque. O homem usa óculos de armação preta e quadrada e veste uma camisa xadrez azul e branca.
Imagem:
Reprodução/
Lattes

“Na hora em que vamos fazer os exercícios práticos, eles [os estudantes] usam celulares, surpreendem com a qualidade e com a ‘audácia’, independentemente de distinções de renda.”

 

Wagner Souza e Silva, professor e vice-chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE)

 

 

Nos documentários desenvolvidos pelas turmas do CJE, é possível notar o empenho dos discentes. Wagner explica que eles costumam abordar temas sobre a realidade do seu entorno. Em alguns vídeos, estudantes que moram em regiões periféricas e mais vulneráveis registram os cenários com muita afetividade e com sentimento de “esse é meu lugar”, conta o professor. 

Um exemplo é a produção Quebrando Ciclos, que conta as histórias de três jovens que vieram de cenários vulneráveis e foram os primeiros de suas famílias a ingressar na universidade. Estudantes que precisaram, assim como vários outros, enfrentar dificuldades de renda e acesso para pular o abismo que muitas vezes os separava de colegas e docentes. É o caso de Haline Floriano, que foi aluna de Relações Públicas na ECA.

 

Maior diversidade

Foto de uma pessoa de costas pintando uma parede. A pessoa é branca, tem cabelos cor-de-rosa cacheados e veste uma camiseta preta. Seus dedos estão sujos de tinta amarela e encostam na parede. Na parede, que é cinza, está a frase “LGBTQ+ no topo” e, embaixo, há o desenho de um Sol, ambos em amarelo.
No questionário da Fuvest, não há perguntas quanto à identidade de gênero e orientação sexual dos vestibulandos. Essas informações, no entanto, seriam importantes para registrar como são os números da Universidade em relação à inclusão de pessoas LGBTQIA+. Imagem: Amanda Ferreira/LAC

O fortalecimento das políticas afirmativas e o aumento da diversidade do corpo discente, além de responder a uma dívida social histórica, só traz benefícios à ECA. Para os veteranos e para os docentes ouvidos nesta reportagem, essa reunião de diferentes experiências permite que pontos de vista bastante divergentes se encontrem, promovendo aprendizado e fomentando muitos debates. 

Além disso, Stephany destaca a importância de ter contato com pessoas que tenham realidades parecidas com a sua dentro da ECA: 

 

Foto de uma jovem olhando para a câmera com um grande sorriso. Ela é negra, tem olhos escuros e usa tranças longas. A moça usa uma blusa regata preta. Ao redor dela, estão plantas e folhas.
Imagem: Arquivo pessoal

“Os coletivos muitas vezes salvam o nosso dia a dia. Parece uma coisa simples, mas faz muita diferença você desabafar sobre alguma situação que você está passando na sua rotina e a outra pessoa entender. Tudo isso bate muitas vezes nas questões de renda, de raça."

 

Stephany Oliveira, estudante de Educomunicação da turma de 2021 e ex-estagiária da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da ECA

 

 

 

 


Imagem de capa: detalhe do cartaz Diversidade, de Matheus Souza Freitas, exposto no saguão do prédio central da ECA. Imagem: Amanda Ferreira/LAC.