Estudante da ECA recebe medalha por contribuição à cultura em Minas Gerais
Honraria foi concedida ao mestrando Kainan Belato, que desenvolve estudo sobre educação musical em conservatórios do estado

Kainan Belato, músico e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) da ECA, foi agraciado com a Medalha de Mérito Israel Pinheiro, distinção concedida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), uma das entidades culturais mais antigas e tradicionais do estado. A honraria é um reconhecimento “pelos relevantes serviços prestados à cultura e por especial apreço à História do Estado de Minas Gerais”, segundo o IHGMG.
Nascido em uma família de artistas mineiros, o músico e pesquisador se envolveu com a vida pública e cultural da região desde cedo. Por 10 anos, integrou a Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, tendo participado de mais de 300 apresentações com o grupo. Também foi responsável pela direção artística dos Concertos Salesianos, em Belo Horizonte. Atualmente, é um dos membros da Comissão Paritária Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Copefic), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult).
Kainan destaca a importância que o seu projeto de mestrado teve para a outorga da medalha. Intitulada Processos Avaliativos na Educação Musical Conservatorial de Minas Gerais: um Passo para a Equidade Educacional na Rede de Conservatórios Estaduais, a pesquisa é orientada pela professora Eliana Guglielmetti Sulpício e tem como objetivo otimizar os processos de avaliação musical nos conservatórios mineiros. A proposta é desenvolver uma espécie de “Enem da Música”, conta o pesquisador: “serão criados parâmetros para avaliação das habilidades e competências musicais do alunado, distribuindo-os em níveis de aquisição de conhecimento”.

Minas Gerais tem uma rede de 12 conservatórios estaduais, que atendem cerca de 35 mil estudantes. Essas unidades estão distribuídas por municípios com dimensões e realidades muito diferentes, o que impacta na educação musical oferecida. Neste cenário, segundo Kainan, “a história brasileira das discrepâncias de oportunidades educativas se repete. (...) Mas qual o real tamanho desta discrepância e no que ela consiste? Como estamos mensurando e garantindo que a todos estes 35 mil alunos sejam oportunizadas condições educacionais equânimes?”
É nesse contexto em que a Kainan pretende desenvolver ferramentas para aprimorar o mapeamento da situação da educação musical conservatorial do estado e contribuir para a proposição de ações para suprimir as desigualdades identificadas. “Não podemos aceitar que existam alunos da ‘roça’ e alunos da ‘cidade grande’, alunos do ‘interior’ e alunos da ‘capital’... Não há outro caminho de justiça a não ser o entendimento de nosso problema e a busca por suas soluções”, finaliza o músico.