Estudante da ECA recebe medalha por contribuição à cultura em Minas Gerais 

Honraria foi concedida ao mestrando Kainan Belato, que desenvolve estudo sobre educação musical em conservatórios do estado

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Foto de um jovem de pele branca, cabelos castanhos escuros e óculos de armação retangular posando com um diploma e uma medalha dourada no pescoço. Ele está de pé, usa terno, gravata azul marinho e camisa branca. Ele sorri. Ao lado dele, um homem idoso e careca de terno azul marinho, camisa branca com estampa quadriculada, gravata azul e medalha dourada no pescoço, posa com expressão neutra.
Kainan Belato e José Carlos Serufo, presidente do IHGMG, durante a cerimônia de entrega da medalha, ocorrida no mês de dezembro. Foto: reprodução/ IHGMG

Kainan Belato, músico e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) da ECA, foi agraciado com a Medalha de Mérito Israel Pinheiro, distinção concedida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), uma das entidades culturais mais antigas e tradicionais do estado.  A honraria é um reconhecimento “pelos relevantes serviços prestados à cultura e por especial apreço à História do Estado de Minas Gerais”, segundo o IHGMG.

Nascido em uma família de artistas mineiros, o músico e pesquisador se envolveu com a vida pública e cultural da região desde cedo. Por 10 anos, integrou a Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, tendo participado de mais de 300 apresentações com o grupo. Também foi responsável pela direção artística dos Concertos Salesianos, em Belo Horizonte. Atualmente, é um dos membros da Comissão Paritária Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Copefic), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). 

Kainan destaca a importância que o seu projeto de mestrado teve para a outorga da medalha. Intitulada Processos Avaliativos na Educação Musical Conservatorial de Minas Gerais: um Passo para a Equidade Educacional na Rede de Conservatórios Estaduais, a pesquisa é orientada pela professora Eliana Guglielmetti Sulpício e tem como objetivo otimizar os processos de avaliação musical nos conservatórios mineiros. A proposta é desenvolver uma espécie de “Enem da Música”, conta o pesquisador: “serão criados parâmetros para avaliação das habilidades e competências musicais do alunado, distribuindo-os em níveis de aquisição de conhecimento”. 

Foto de dois estudantes e um professor sentados em uma sala. Os estudantes,uma criança branca e um adolescente negro usando camiseta e  bermuda, dedilham violões enquanto o professor observa. Ele é negro, tem cabelos curtos e escuros, usa camisa polo e calça jeans. Atrás dele há uma mesa pequena de madeira sobre a qual há folhas de papel e uma garrafa plástica. Ao lado dele há um suporte de madeira para partituras com algumas folhas de papel. O piso é de madeira e ao fundo há uma janela aberta por onde entra muita claridade.
Alunos de violão no Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier, em São João del-Rei. Foto: reprodução/ Jornal das Lajes.

Minas Gerais tem uma rede de 12 conservatórios estaduais, que atendem cerca de 35 mil estudantes. Essas unidades estão distribuídas por municípios com dimensões e realidades muito diferentes, o que impacta na educação musical oferecida. Neste cenário, segundo Kainan, “a história brasileira das discrepâncias de oportunidades educativas se repete. (...) Mas qual o real tamanho desta discrepância e no que ela consiste? Como estamos mensurando e garantindo que a todos estes 35 mil alunos sejam oportunizadas condições educacionais equânimes?”

É nesse contexto em que a Kainan pretende desenvolver ferramentas para aprimorar o mapeamento da situação da educação musical conservatorial do estado e contribuir para a proposição de ações para suprimir as desigualdades identificadas. “Não podemos aceitar que existam alunos da ‘roça’ e alunos da ‘cidade grande’, alunos do ‘interior’ e alunos da ‘capital’... Não há outro caminho de justiça a não ser o entendimento de nosso problema e a busca por suas soluções”, finaliza o músico. 

 

 


Foto de capa: reprodução/Facebook