Departamento de Comunicações e Artes oferece novas optativas livres
Docentes de Educomunicação convidam estudantes da ECA e de outras unidades da USP a participarem de disciplinas no próximo semestre
No segundo semestre de 2024, o Departamento de Comunicações e Artes (CCA) ofertará quatro novas matérias optativas livres na área de Educomunicação. A partir de 24 de junho a 1º de julho, período de matrículas, os estudantes podem se inscrever para cursar as matérias:
- CCA0324: Subjetividades, Dataficação e Biopoder, por professor Ferdinando Martins;
- CCA0286: Diversidade Cultural e Educomunicação: a Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena, por professora Dayana Melo;
- CCA0320: Educomunicação Socioambiental, por professora Thaís Brianezi;
- CCA0292: Processos Cognitivos em Educomunicação, por professor Vinicius Romanini.
Saiba mais sobre cada disciplina a seguir:
Subjetividades, Dataficação e Biopoder

Professor Ferdinando Crepalde Martins. Foto: reprodução/Lattes.
A proposta da matéria é apresentar e discutir como os algoritmos e dados influenciam a sociedade atual, focando nas relações entre subjetividades e biopoder. No decorrer das aulas haverá debates sobre a mistura entre o humanismo clássico e o pós-humano, as relações interpessoais mediadas por computadores, a educação e atenção a essas dinâmicas e a relativização da autonomia individual nesse contexto.
As aulas serão ministradas pelo professor Ferdinando Martins às segundas-feiras no período noturno.
Diversidade Cultural e Educomunicação: a Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena

De acordo com a professora Dayana, a disciplina tem como objetivo preparar estudantes de licenciatura para ajudar na implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que obrigam o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio. A inclusão desses temas no currículo universitário amplia a abrangência dessas leis, permitindo que os estudantes compreendam melhor aspectos da história que formam a sociedade brasileira e que são, muitas vezes, negligenciados.
As aulas acontecerão às quartas-feiras no período noturno e a professora abordará pensadores como a pedagoga Nilma Gomes e o pesquisador Daniel Munduruku. De acordo com ela, “é importante pensar na própria potencialidade dos conhecimentos negro e indígena, que nos convidam a ir além da racionalidade ocidental [...] A disciplina pode ser importante não apenas para os futuros educomunicadores, mas para todos aqueles estudantes comprometidos com práticas mais plurais”.
Processos Cognitivos em Educomunicação

A disciplina tem como função apresentar um panorama das ciências cognitivas em relação com o campo da comunicação. O professor Vinicius pretende tratar do papel das emoções na construção do conhecimento e discutir a importância da informação dentro dos sistemas cognitivos, especialmente aqueles responsáveis pelo aprendizado. Também vai abordar processos cognitivos como percepção, experiência e compartilhamento social de significados, além de debater como as ciências cognitivas contribuem para as práticas comunicativas.
As aulas acontecerão às terças feiras à noite e a teoria dos sistemas e a cibernética farão parte da base teórica da disciplina. “A gente tá falando muito de Inteligência Artificial, que é uma simulação de processos cognitivos em máquinas e computadores [...] Eu acho que é o momento oportuno para discutir como a educomunicação se posiciona diante dos desafios que estão sendo postos pelos modelos grandes de linguagem, como o Chat GPT, o Gemini e outros sistemas que simulam a inteligência humana”,
Educomunicação Socioambiental

A optativa ministrada pela professora Thaís trabalha as interfaces entre a educomunicação e educação ambiental, por meio de reflexões teóricas e, principalmente, pela prática. No próximo semestre, a parte prática vai consistir na construção de materiais paradidáticos sobre racismo ambiental.
Os materiais criados vão fazer parte do curso Precisamos falar sobre emergência climática a partir da Educomunicação que está sendo desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e que faz parte de um projeto de pesquisa da Fapesp, intitulado Como a educomunicação pode ampliar e qualificar as práticas de educação climática na Educação Básica no Brasil.
A pesquisadora convida todos os estudantes a participarem das aulas, nas terças feiras à noite, “Essas produções vão estar disponíveis como recursos educacionais abertos para redes de Educação Básica, e também educação popular e não formal de todo o Brasil. Essa produção é um exemplo da chamada curricularização da extensão e eu acho que vai ser um processo muito rico”.