Revista Comunicação & Educação completa 30 anos
Do analógico à inteligência artificial é o tema da edição comemorativa e do colóquio de aniversário
Em 19 de setembro, o Auditório Lupe Cotrim da ECA recebeu o colóquio de 30 anos da revista Comunicação e Educação (C&E), que foi organizado pelo professor Adilson Citelli e pela professora Roseli Figaro, ambos editores do periódico e docentes do Departamento de Comunicações e Artes (CCA). A revista C&E é uma publicação semestral voltada para os campos da Comunicação, Cultura e Educação e é uma referência para o curso de Educomunicação e para professores e pesquisadores da América Latina.

Passado, presente e futuro

Como comemoração do aniversário de três décadas, foi lançado o primeiro número do volume 29 da revista. Essa edição apresenta um dossiê temático com o título Do analógico à inteligência artificial, que também foi o assunto central da palestra do professor Adilson Citelli durante o colóquio.
O docente iniciou sua fala revisitando esses 30 anos de história, desde a primeira edição, que teve como introdução o artigo de título Do mundo editado à construção do mundo, da professora Maria Aparecida Baccega, já falecida. Em 1994, Baccega foi uma das idealizadoras da revista, junto com o próprio Adilson Citelli e com outros dois docentes do CCA: Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Ismar de Oliveira Soares, que estava presente no colóquio, é o jornalista responsável pela revista e o presidente da ABPEducom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação).
Durante a palestra, Citelli discorreu sobre as transformações pelas quais a comunicação e a educação passaram ao longo desse tempo, principalmente com a chegada de novas tecnologias. O docente também falou sobre o futuro da revista que, para ele, continua cada vez mais necessária, já que aparecem novos obstáculos a serem enfrentados. A chegada da inteligência artificial às salas de aula é um exemplo desses novos desafios: como professores podem fazer dela uma ferramenta e ensinar seus alunos a utilizarem-na com consciência?
Com cerca de 16 artigos e um editorial, o volume comemorativo da revista reúne trabalhos que analisam o conteúdo tecnológico nos contextos comunicacionais e educacionais. Um exemplo é o artigo Espalhamentos: o GPT e a educação, escrito pelo próprio professor Citelli, que avalia os impactos da inteligência artificial generativa na formação de estudantes.


A professora Roseli Figaro também fez questão de mencionar as transformações pelas quais a revista passou durante suas três décadas. Hoje, a revista é veiculada apenas no formato digital, mas ela relembra a época em que eram impressos cerca de dez mil exemplares, os quais eram distribuídos pelas escolas públicas do país.
Figaro também comentou sobre a classificação A4 recebida pela revista no Qualis, sistema de avaliação de periódicos científicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), agência do governo federal. Apesar do resultado positivo, a professora afirma que “na próxima avaliação a gente pretende melhorar ainda mais”.
Após a palestra, Cláudia Nonato, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA e editora executiva da revista, fez uma homenagem a outros nomes que passaram pelo periódico e deixaram sua marca registrada. Além dos editores Roseli Figaro e Adilson Citelli, foram homenageadas recebendo uma placa comemorativa as docentes Ruth Ribas Itacarambi, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, responsável pela coluna fixa Atividades em Sala de Aula, Maria Ignês Carlos Magno, da Universidade Anhembi Morumbi, autora dos artigos sobre telenovelas da revista, e Maria Cristina Castilho Costa, que foi editora por mais de dez anos e é docente do CCA.
Cláudia também buscou contar esses 30 anos de história do periódico por meio de números: até o momento do colóquio, já haviam sido concluídos mais de um milhão e meio de downloads. Outro dado trazido foi a classificação no ranking do Google Scholar, ferramenta de busca para literatura acadêmica, na qual a C&E está na posição h5, com fator de impacto 8, o que coloca a revista como um veículo consolidado no meio científico.