CTR | Departamento de Cinema, Rádio e Televisão



ECA aprova título de professora emérita à Maria Dora Mourão

Atual diretora da Cinemateca Brasileira, Maria Dora Mourão foi docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão por 50 anos

Vida acadêmica
Foto de Maria Dora Mourão, uma mulher de cabelos brancos e curtos. Usa óculos de haste vermelho escuro, colar e tênis da mesma cor, calça bege e blusa vermelha. Na foto, está de pé, na frente do edifício-sede da Cinemateca Brasileira. O prédio antigo é feito de tijolos aparentes, em cor de barro, com portas e janelas em forma de arco.
Dora Mourão à frente da sede da Cinemateca Brasileira. Foto: Rogerio Pallatta/Veja SP.

A Congregação da ECA aprovou a indicação de Maria Dora Genis Mourão, professora titular aposentada do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR) e atual diretora da Cinemateca Brasileira, para concessão do título de professora emérita. Dora Mourão é a 21ª docente a receber a indicação do título de emérita da ECA em 55 anos de história da Escola. O título é concedido a um restrito grupo de docentes que, ao longo de sua trajetória acadêmica, tenham contribuído de forma notável para a Universidade. A indicação partiu do CTR, Departamento ao qual a docente esteve vinculada por 50 anos, completados poucos dias antes de sua aposentadoria, no mês de março.

Maria Dora Mourão ingressou na ECA na segunda turma, em 1968. Na época, o curso de Cinema (hoje denominado Curso Superior de Audiovisual) ainda estava em implementação, sendo formado por docentes de outras unidades de ensino e por profissionais da área. “Para a Universidade, tratava-se de formar profissionais para o mercado e docentes para preencher os seus quadros. A aluna Maria Dora Mourão seguiu essa trilha”, explicou o professor Almir Almas, chefe do Departamento e autor da proposição em nome do Conselho Departamental.

À graduação, concluída em 1971, seguiu-se o mestrado, sob a orientação do professor Eduardo Peñuela, concluído em 1980, ano em que ingressa como Auxiliar de Ensino da ECA na área de Teoria e Prática da Montagem. O título de doutora viria em 1988, com a tese Que viva Eisenstein, cujo título faz referência ao cineasta soviético do filme Qué Viva México!. Em 1997, realiza o pós-doutorado na França, na Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (EHESS) e, no ano seguinte, obtém o título de livre-docente. Em 2005, torna-se professora titular do CTR. Somando os períodos de estudo e docência, foram 55 anos dedicados à USP. 

 

“Na longa e produtiva carreira da professora Maria Dora Genis Mourão destacam-se três vocações cruzadas:
1) A de gestora de organismos públicos;
2) A de articuladora política;
3) A de liderança nacional e internacional, o que a levou a presidir inúmeras instituições”.
 

Almir Almas, chefe do CTR

 

Em paralelo à atividade de docente e pesquisadora, Dora Mourão atuou de forma intensa na gestão da Universidade e da ECA. Foi três vezes chefe de Departamento, criadora e diretora do Cinusp “Paulo Emílio”, de 1993 a 2007, e vice-diretora da ECA entre os anos de 2009 e 2013. “Em seu currículo, sobressai a intensidade do vínculo institucional em diversos níveis e sua vocação exitosa de administradora e de liderança política”, destaca o professor Almir.

A presença e contribuição ativa em entidades nacionais e internacionais ligadas ao audiovisual também se sobressai em sua trajetória acadêmica. Nas últimas duas décadas, passou pela presidência da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine) e do Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual (Forcine), foi diretoria executiva da Sociedade Amigos do Museu da Imagem e do Som, integrou a equipe de criação da Federação das Escolas de Imagem e Som da América Latina e foi presidente de CIBA – CILECT Iberoamerica, grupo das escolas de cinema e televisão da região ibero-americana filiadas à CILECT – Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et de Telévision, entidade da qual também foi presidente.

A data da cerimônia de concessão do título de professora emérita será marcada pelo CTR e pela Diretoria da ECA.

 

Próximos anos

Logo após confirmar a sua aposentadoria na ECA, Maria Dora Mourão foi eleita Diretora Geral da Cinemateca Brasileira para um mandato de quatro anos. A docente é ligada à instituição desde 2005, tendo sido membro do Conselho Consultivo e presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, onde acompanhou, junto com colegas do CTR, a reestruturação da entidade, que deixou de ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e se tornou uma Organização Social (OS).

Após quase dois anos fechada, a Cinemateca Brasileira reabre ao público no próximo dia 12 de maio.

 

 


Imagem de capa: Maria Dora Mourão em bate-papo para a série em vídeo Gestores Culturais, do MIS. Foto: reprodução/ Youtube. 
 
Descrição da imagem: Foto extraída de vídeo mostra Maria Dora Mourão, uma mulher idosa, branca, de cabelos curtos, lisos e loiros e olhos azuis.  Ela usa óculos de aro grosso na cor marrom escuro, um batom rosado e uma jaqueta verde abacate, além de uma echarpe cinza no pescoço. Ela sorri e está sentada em um auditório, cujas fileiras de poltronas aparecem ao fundo.