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Área de Biblioteconomia e Ciência da Informação da USP é a primeira do Brasil

O ranking internacional SCImago também classificou a área como 1° da América Latina e 69° do mundo 

Vida acadêmica

O Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) da USP divulgou as informações do SCImago Institutions Rankings,  que considera pesquisa, inovação e impacto social como elementos para classificar as áreas de conhecimento em todo o mundo. Além de ter sido classificada em primeiro lugar no Brasil e na América Latina e em 69° no mundo, a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação da USP também foi classificada como 13° em relação aos países que compõem o BRICS — grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países considerados emergentes — e em 5° dentre os países que compõem o conjunto ibero-americano.

 

Tabela comparativa das  posições da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação em diferentes universidades públicas brasileiras. No topo da tabela, há uma linha informando a área. A primeira coluna faz referência a posição das universidades no ranking mundial, a segunda na América Latina, a terceira dentre os Brics, a quarta, Iberoamérica e a quinta consiste na colocação brasileira. Já nas linhas, temos uma lista das universidades brasileiras, sendo elas: USP, UNESP, UFMG, UFRJ, UFRGS, UFSC, UnB, UFG, UFF, UFPE, UFSCar, UFPB  e UFES e adiante de cada uma sua colocação nos diferentes âmbitos
Quadro de ranqueamento da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação em universidades no Brasil. Imagem: Reprodução/ CBD ECA USP.
 

O ranking SCImago avalia instituições de ensino superior e de pesquisa e as classifica por um indicador composto que combina três índices diferentes, sendo eles: desempenho em pesquisa, resultados de inovação e impacto social, que é medido a partir da visibilidade das pesquisas. Ele ranqueia os periódicos científicos a partir da quantidade de citações que eles recebem, levando em consideração a origem das citações. Dessa forma, a partir das publicações, o ranking classifica a área em questão. 

 

Pesquisas contribuíram para o destaque

Pelo fato do ranking classificar de acordo com a área e não com o curso, ele abarca tanto a graduação quanto a pós-graduação. Fernando Modesto, coordenador do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da ECA, afirma que estar em uma boa posição em um ranking internacional traz muito destaque ao curso e ao programa pedagógico, além de valorizar o corpo discente. “Esse ranking mostra que formamos profissionais para o país com qualidade, cujo processo de formação tem uma relevância que se reflete internacionalmente, nos coloca em um nível de igualdade perante os cursos do mundo todo”, completa. 

Foto de homem negro sorrindo. Ele tem cabelos curtos e grisalhos, olhos verdes e usa camisa social azul clara e casaco marrom.
Fernando Modesto, coordenador do curso de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da ECA.
Foto: reprodução / Wikimedia Commons. 
 

Fernando crê que o envolvimento do departamento com a pesquisa, principalmente na pós-graduação, mas também na graduação, contribuiu muito para o destaque do curso. “Há muitos incentivos de bolsas ligados à pesquisa, o aluno tem muitas possibilidades de estar envolvido na área e muitas vezes publica junto a professores”. Na pós-graduação, ele afirma que o aspecto da pesquisa é essencial. “As pesquisas são citadas por outros trabalhos, teses, dissertações, artigos, TCCs, o que aumenta sua visibilidade”, explica. Marivalde Moacir Francelin, vice-coordenador do curso, afirma que esse destaque também revela que o curso tem um corpo docente, produções científicas e uma base curricular que engloba as necessidades locais e internacionais. 

Fernando Modesto também faz considerações sobre o fator inovação levado em consideração pelo indicador. Ele conta que na área existem muitos estudantes que atuam em segmentos do mercado que fogem dos campos tradicionais. “Os eventos que desenvolvemos também trazem questões inovadoras, discutindo temáticas como Inteligência Artificial, por exemplo”. Além disso, ele lembra que as atividades de extensão do curso contribuem para o quesito impacto social.  

 

"Essa colocação nos deixa muito felizes,  é um incentivo para que possamos reavaliar nosso programa pedagógico. Pesquisamos os 68 cursos que nos antecedem para entendermos o que pode ser melhorado."

Fernando Modesto, professor do Departamento de Informação e Cultura 
Foto em preto e branco de homem branco ao microfone. Ele tem cabelos escuros e curtos e veste camisa clara e um terno escuro.
Marivalde Francelin, vice-coordenador do curso de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da ECA.
Foto: Reprodução/ ECA USP.
 

 

Marivalde comenta que o ritmo acelerado, competitivo e diverso da cidade de São Paulo contribuiu para essa multidisciplinaridade de assuntos tratados no curso. Ele afirma que o projeto pedagógico do curso traz para a sala de aula debates atuais e relevantes que permeiam tanto a comunidade científica como o mercado, a partir da ótica da Ciência da Informação. “Os professores têm uma formação interdisciplinar que facilita muito a incorporação desses temas, que muitas vezes já vem refletidos em publicações de docentes.”

 

Reconhecimento para a área é também para a ECA

“Uma área não existe sozinha, ela depende de toda a comunidade da ECA, da estrutura da instituição, do corpo técnico e administrativo, dos grupos de pesquisa que englobam docentes de outras áreas, entre outros”, afirma Marivalde Francelin. O docente destaca a integração da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação com o restante da instituição, seja pelos assuntos em comum, embora vistos por vertentes diferentes, ou até mesmo pela existência de uma biblioteca, um acervo de documentos em cada um dos cursos.

Fernando Modesto explica que o destaque da área é de importância para a ECA como um todo, pois traz maior visibilidade para a Escola. Ele ressalta o aumento do fluxo de parcerias com instituições estrangeiras e a possibilidade de uma maior internacionalização da instituição.  “Nós temos parcerias com as AI Schools, que são escolas de informação do mundo todo, temos convênios estudantis com outros países e temos alunos que fazem intercâmbios para estudarem em outros países”, completa. 

Marivalde acredita que é importante enfatizar o fato da área estar entre as 100 melhores do mundo e não a comparação com as outras universidades brasileiras. Ele conta que ficou positivamente surpreso ao tomar conhecimento do resultado: “por estarmos dentro do curso, muitas vezes não temos essa dimensão”, explica. 

 

 


Foto de capa: Amanda Ferreira/LAC ECA USP.