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Ensino à distância é solução eficaz em período de distanciamento social

Em artigo, professor emérito relata a história do EAD e suas vantagens

Comunidade
Um homem branco, de camisa xadrez azul e branca, escreve com uma caneta em um caderno. O caderno está sobre uma mesa, onde também se encontra um laptop aberto.
Foto: Pixabay

Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Florestan Fernandes, Marina Silva. Além de serem notáveis intelectuais, essas pessoas têm outra característica em comum: tiveram uma parte de sua educação feita à distância. Em período de distanciamento social, para impedir a disseminação do novo coronavírus, a modalidade EAD é uma solução "eficaz, econômica, conveniente, enriquecedora e inclusiva", como defende o professor emérito Fredric Michael Litto, no artigo A solução para o distanciamento social está à mão: EAD.

A história da educação à distância está relacionada à colonização. Em 1858, a Universidade de Londres abriu um programa que possibilitava a estudantes de todas as partes do Império Britânico a obtenção de diploma através do Sistema Externo. Após alguns anos, a Universidade de Chicago também aderiu a esse tipo de ensino, facilitando a vida de muitas pessoas em todo o extenso território dos Estados Unidos. Nessa época, o material didático era impresso e chegava pelos correios, mesmo meio utilizado pelos alunos para enviar dúvidas e trabalhos acadêmicos. 

Hoje, a EAD segue atingindo lugares sem instituições de ensino consolidadas. Ou mesmo abrindo ainda mais possibilidades para estudantes em grandes centros urbanos. Por exemplo, um aluno brasileiro com acesso à internet pode fazer cursos oferecidos pelas mais prestigiadas universidades do mundo, como Oxford, Cambridge e Harvard, entre outras. Através de plataformas como a edX ou com seus sistemas próprios – como o Canal USP – as universidades têm democratizado cada vez mais o acesso ao conhecimento

Apesar da associação direta da EAD com a internet, é preciso notar que durante muito tempo não foi assim. Cartas, rádio e televisão já foram usados como disseminadores de conteúdo didático. Os telecursos da Fundação Roberto Marinho, a TV Educativa do Maranhão e o Projeto SACI, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fizeram com que o Brasil se destacasse na área do ensino à distância ainda na década de 70

O telensino não deve ser considerado apenas como uma cópia "virtual" do curso presencial. "Trata-se de enriquecer a aprendizagem que frequentemente se limita ao livro-texto e ao discurso do professor", comenta Litto no artigo. Afinal, pode-se usar diversos recursos extras para uma melhor experiência de aprendizagem. 

No entanto, é preciso entender que cada curso deve ser avaliado conforme suas peculiaridades. "Programas que incluem EAD podem variar as porcentagens de virtualidade, dependendo da natureza do conteúdo (cursos de saúde e engenharia exigem maior presencialidade, por exemplo) e da maturidade acadêmica dos estudantes", explica o professor emérito. Além disso, nem todos as pessoas se adaptam bem à essa modalidade, pela exigência mais elevada de motivação, disciplina e autonomia. 

Como afirma Litto, ainda estamos em uma fase de experimentação na EAD. Com a rápida propagação do coronavírus, muitas escolas e universidades tiveram que pensar em soluções às pressas. Os desafios ainda são vários, mas podem ser superados em prol de uma aprendizagem produtiva, que mescla abordagens mais tradicionais e novas tecnologias

Saiba mais sobre as atividades na graduação e na pós-graduação da ECA durante o período de distanciamento social. 

Consulte também as medidas tomadas pela ECA para a manutenção das atividades administrativas e acadêmicas da unidade durante todo o período de combate ao novo coronavírus.

Para mais informações sobre a reorganização das atividades da USP durante a pandemia de Covid-19, acesse o site coronavirus.usp.br.


Imagem de capa: Pixabay