Ex-alunos conquistam primeiro e terceiro lugares no Concurso Toriba Musical
Concurso de piano é promovido por hotel em Campos do Jordão e repertório de música brasileira foi destaque dos vencedores
No dia 10 de agosto, houve a premiação do 1° Concurso de Piano Toriba Musical, no Hotel Toriba, em Campos do Jordão. Entre os seis vencedores, estão três egressos do curso de Música: Jennifer Alexandra e Lucas Gonçalves, em primeiro lugar, e Jordan Alexander, em terceiro.

O 1° Concurso de Piano Toriba Musical é promovido pelo Hotel Toriba, idealizado pelo seu sócio-diretor, Aref Farkouh, e liderado pelo maestro Antonio Luiz Barker. O Toriba Musical, que dá nome ao concurso, é um programa do hotel que busca entreter e aproximar seus hóspedes da música, com apresentações de música clássica e também de jazz, bossa nova, country music e MPB. O concurso levou pianistas para apresentarem seus repertórios em três fases eliminatórias, de 5 a 11 de agosto.
Em primeiro lugar, ficaram Jennifer Alexandra e Lucas Gonçalves, ambos ex-alunos do bacharelado em piano. O terceiro lugar foi ocupado por Jordan Alexander, também ex-aluno de Música, com habilitação em piano e irmão de Jennifer. Jordan acaba de conquistar o primeiro lugar no Concurso Nacional de Piano Pedro Gordilho, em Brasília.
Piano brasileiro
Jennifer, orgulhosa de sua premiação, conta que uma grande motivação para se inscrever no concurso foi o seu enfoque na música brasileira: “Eu sempre me identifiquei e fui apaixonada por música brasileira. Aproveitei essa oportunidade para mostrar um pouquinho do meu trabalho, e a chance de tocar quase uma hora somente de repertório brasileiro é muito difícil encontrar aqui no Brasil”.

Desde o ingresso na ECA, em 2019, a pianista não participou de muitos concursos, mas decidiu ir para o Toriba pensando em se divertir. “É bem estressante participar [de concursos]. Mas, para participar desse, eu estava muito focada, também, em me divertir, porque eu sempre tive muito prazer em tocar a música brasileira”, comenta. Por outro lado, Lucas, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS), comenta que já participou de diversos concursos e essa é a sua última participação em competições brasileiras de piano. Acredita que a visibilidade que eles geram já foi bem aproveitada na sua carreira: “Ao longo desses anos, já consegui me instalar, e concursos, pelo menos aqui no Brasil, já não mudam muito pra mim em termos de projeção [profissional]”.
Lucas e Jennifer se enfrentaram em todas as fases, mas dividiram o primeiro lugar da premiação. Lucas explica que o edital do concurso, inicialmente, englobava somente repertórios de compositores brasileiros, mas depois sofreu uma mudança e passou a aceitar apresentações de compositores internacionais também. Essa conquista, junto a Jennifer, significa, além da amizade que constroem juntos, um reconhecimento importante desse gênero no piano. “A gente se gosta muito, e ainda que tenha ocorrido uma mudança no edital, tenho certeza que o concurso conseguiu sentir o nosso envolvimento com música brasileira.”
A pianista comenta que eles já trabalharam em peças juntos e que ganhar esse prêmio foi bem especial. “Conseguir esse primeiro lugar, principalmente com o Lucas, que sempre foi, em questão de música brasileira, uma referência, uma inspiração… Foi bem importante ver que eu poderia alcançar esse nível”, explica.

Os repertórios dos pianistas incluíram Osvaldo Lacerda, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Lorenzo Fernandes, VieiraVieria Brandão, Francisco Mignone e Fernando Cupertino. Para Jennifer, o envolvimento de Luciana Sayure, professora do Departamento de Música (CMU), foi essencial para a sua inscrição no concurso. Lucas também explica que Luciana e o orientador de seu doutorado, Eduardo Monteiro, forneceram assistência, principalmente, na escolha do repertório.
Apesar de sua “aposentadoria” nessa categoria de competição, o vencedor do concurso motiva fortemente a participação de outros pianistas. “Acho que os concursos são importantes; os alunos da graduação podem fazer visando projeção de carreira, dinheiro, tocar mais. O mais importante é conseguir enxergar o progresso a cada dia, ir em direção a um ideal que é só seu, sem olhar para os lados. Se você faz o concurso com essa mentalidade, mesmo que você não ganhe, acaba sendo uma experiência saudável”, comenta.