CTR | Departamento de Cinema, Rádio e Televisão



ECA abre concurso para docente na área de Inteligência Artificial

Docente deve assumir três novas disciplinas do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e intensificar a pesquisa do tema na Escola

Vida acadêmica

Entre 18 de setembro e 16 de novembro, estão abertas as inscrições para uma nova vaga de docente na ECA. O professor doutor deve trabalhar no Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP) no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR). As candidaturas devem ser feitas no portal de concursos públicos da USP e mais informações podem ser obtidas no edital.

A nova vaga é fruto de um projeto da Reitoria de incentivo à inovação. No final de 2022, foi lançado para todas as unidades um edital de seleção de mérito para distribuição de novos cargos de docência. Cada instituto pôde inscrever propostas e concorrer a uma das 63 vagas disponibilizadas. Dentre os critérios de avaliação, estavam a demonstração de visão de futuro e a perspectiva inovadora de ensino. O projeto apresentado pela ECA, que cria novas disciplinas voltadas ao estudo da Inteligência Artificial (IA), foi um dos aprovados. 

A proposta da Escola sugere a reflexão sobre os usos e as aplicações da IA nas áreas de comunicação e artes, indo de temas como a introdução a essa tecnologia até a prática de produção fazendo uso dela. A expectativa é que a chegada de docente dessa área permita a articulação de novos arranjos técnicos e procedimentos metodológicos dessa temática e incremente a pesquisa na graduação. Também é esperado que a contratação colabore com futuras atualizações curriculares e adequações da grade diante do impacto da IA nas mídias, de acordo com o texto inscrito no edital e contemplado.

Foto das mãos de uma pessoa segurando um tablet com a câmera ligada. Na tela, além de aparecer o piso e algumas imagens que estão posicionadas no chão, é possível ver uma silhueta criada digitalmente sentada no chão. Essa silhueta é formada por um conjunto de linhas pretas. A pessoa que segura o tablet é branca, usa um anel e tem uma tatuagem no punho.
Obra de realidade aumentada desenvolvida pelo Laboratório de Arte, Mídia e Tecnologias Digitais (LabArteMídia), vinculado ao CTR, que já explora alguns aspectos da IA. Imagem: Projeto Corpo ARtifício.

Para estruturar a proposta, os professores Almir Almas, João Paulo Schlittler, Roberto Moreira e Rubens Rewald, do CTR, elaboraram três disciplinas. A ideia é que essas matérias apresentem noções essenciais sobre a IA e garantam que o estudante domine esse conhecimento e se torne um profissional habilitado a lidar com essa tecnologia em seu cotidiano de trabalho.

Segundo João Paulo, as disciplinas foram pensadas visando à apropriação da tecnologia por parte do discente. O professor acrescenta que ele e os colegas esperam que a contratação de um novo docente permita um diálogo maior com outras disciplinas, apontando um caráter colaborativo e transdisciplinar. 

 

Novas disciplinas

Os professores também desenvolveram as primeiras versões dos programas das três novas disciplinas, que serão de responsabilidade do CTR. A primeira delas é Introdução à Inteligência Artificial, que deverá explorar a história e as aplicações da IA nas comunicações e nas artes, com ênfase nos conceitos fundamentais do Aprendizado de Máquina e Redes Neurais e nas discussões sobre questões éticas do uso dessa tecnologia.

As outras duas matérias colocam o estudante em contato com atividades mais práticas usando a IA. A disciplina de Visão Computacional I busca ensinar técnicas avançadas de geração de arte com ferramentas e softwares populares, analisar obras geradas por computadores e refletir sobre a relação entre a criação artística e os processos tecnológicos. Na continuação, em Visão Computacional II, o estudante passa a desenvolver projetos que abordem arte interativa, realidade virtual, design, cenografia, videogames, realidade aumentada e produção virtual.

O docente contratado deve ter a pesquisa como prioridade, no sentido do constante acompanhamento da evolução tecnológica do meio. João Paulo explica que, nessa área de estudo, “vão se incorporando novos aspectos, tanto de formas de produção e de técnicas, quanto de pensar quais são as novas ideias e como elas dialogam com a sociedade”. A médio e longo prazo, a expectativa é que aumentem as parcerias institucionais e internacionais. Também estão previstas ações como organização de seminários, debates e congressos sobre IA e criação de grupos de pesquisa mais específicos. 

 

 


Imagem de capa: Reprodução/Pexels